quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

OBJETIVO, META E OBRIGAÇÕES

Objetivo: podemos dizer que é aquilo que procuramos um dia alcançar. Algo de imediato a ser feito consigo ou com outras pessoas (exercícios).A meta é algo que requer tempo e objetividade, por exemplo: tenho o objetivo de treinar hoje o karate,  tenho como meta alcançar um grau em 3 ou 4 meses e minha obrigação é não parar durante esse tempo. No trabalho temos como meta criar dentro de nós algo permanente para nossa existência como seres conscientes.
Nossas obrigações são não nos deixarmos levar por pequenas coisas que nos distraiam e ficarmos no sono, a mercê dos acontecimentos acidentais e com isto cair na lei do acidente, sem sabermos o que possa vir a acontecer conosco.
Ao levantar de manhã se inicia o Trabalho de Gurdjieff. Devemos fazer o Mokusô para iniciar o dia e caso haja a desculpa que está atrasado, 15 min não fazem diferença ao acordar mais cedo. Em grupos é mais fácil pela obrigação de encontrar os amigos do Trabalho de Gurdjieff.
Os exercícios diários tem um grau para se iniciarem: o 1º sentir uma parte do corpo, sendo o rosto ou outra parte, e manter a atenção neste ponto até o final do dia, mesmo que esqueça, ao se lembrar continuar, sozinho ou falando com as pessoas no trabalho, escola, serviço, em qualquer lugar. O 2º grau é fazer algo programado no dia anterior (exercício específico) e podemos chamar de nosso objetivo ou primeira obrigação.
O terceiro grau é não esquecer da própria meta a longo prazo, estando dentro dela com leituras, conversas, estudos, filmes, teatro, músicas,etc. Devemos ter como meta alcançar o ponto mais alto possível nesta jornada da vida.
Durante este trajeto, as pessoas que iniciaram com esta meta, começam a falhar na continuidade das obrigações e objetivos, de maneira imperceptível, pois fazem exercícios, movimentos e com isto adquirem uma força interior e nível de consciência e determinação que antes não tinham. A cabeça local do Centro Intelectual quer estar nesta proposta, mas dentro do Centro Emocional não a acompanha. Quando o esforço do Trabalho traz o que a pessoa queria, nem sempre é o propósito inicial. Com isto alcança aquilo que não é fantasia da mente mas o que mais valoriza na vida. Vamos dar um exemplo.
Uma pessoa começa o Trabalho de Gurdjieff querendo ser imortal, alcançar um nível de consciência superior ao estado de vigília, etc. e após alguns anos, seu destino começa a se parecer ao da meta desta proposta. Mas antes a pessoa consegue um companheiro(a) para viver junto e formar uma família, ou viagens ,dinheiro, etc.Quando alcança isto, esquece da meta proposta e fica onde quis realmente chegar: casamento, homem, mulher,etc.Jamais a pessoa vai aceitar que foi o Trabalho de Gurdjieff que trouxe as oportunidades de alcançar algo para a sua vida de ganhar o que quer, casa, ficar rico, etc. Esquece que todo o Trabalho de Gurdjieff que fez até aquela época se perde. Fica decepcionado ou vive frustrado sem mais objetivos.
Outro detalhe que devemos observar com atenção é o valor de uma pessoa dentro do Trabalho de Gurdjieff. Pois quando alguém com certa capacidade entra no Trabalho de Gurdjieff, se apresenta de várias formas. Eus são ótimos em movimentos, posturas, coragem de fazer exercícios difíceis e disposição a estar presente em qualquer situação. Outros são leitores, sabem bem tudo sobre Gurdjieff e suas idéias.Tudo isto é superficial, passa com o tempo e todos verão. No momento em que estas pessoas aparecem, enganam a muitos leigos, pois parecem ser bem melhores do que praticantes de Gurdjieff que já estão a anos no grupo e quem os olha vai elogiá-los e até pensar que são também mestres ou bons. São apenas papagaios que repetem o que aprenderam, fortalecendo suas vaidades e apegos da vida se achando superiores. Com o passar do tempo, dentro do Trabalho de Gurdjieff com observação, movimentos, mokusô, etc, se cria dentro da pessoa uma disposição na vida de que o Trabalho de Gurdjieff é a própria vida. Então digo que estas pessoas estão verdadeiramente no Trabalho de Gurdjieff, mesmo que aparentemente pareçam inferiores a aqueles que conhecemos como papagaios, pois criaram dentro de si algo que conhecemos como centro magnético e não param até alcançar a meta proposta desse trabalho. Vemos que numa reunião de grupo há momentos em que uma pessoa não consegue despertar e entra no sono, sem possibilidade de ajuda externa para sair. Devemos tirar essa pessoa dessa situação, pois os outros podem ver o que está acontecendo com o outro e outro dia pode também acontecer consigo. Então dizemos que quando dois ou mais estão vendo alguma mecanicidade em nós, devemos ficar quietos e não nos defendermos. Mesmo que todo o nosso conhecimento esteja nos dizendo que estamos certos, mas na verdade, naquele momento podemos estar errados ou não termos a possibilidade de fazer ou mudar um destino maduro do que está para acontecer. Por isso devemos dobrar nossa atenção em nossa cabeça e sentimento, sem interferir em nada, nem mesmo em nós. Apenas praticar sem esperar nenhum resultado, pois se vemos o resulltado significa que paramos.
21/04/2008