domingo, 5 de novembro de 2017

O QUE É ACORDAR

Nos Trabalhos de Gurdjieff quase não usamos este termo “Acordar”, pois o nosso objetivo é exatamente alcançar este objetivo e se por um acaso, acharemos que estamos acordado, é um engano, pois esta condição tem níveis diferenciados em cada situação de nossa vida. É fácil para uma pessoa que esteja a um bom tempo fazendo um trabalho de grupo entender o que digo, mas para uma pessoa que  nunca fez exercícios de Gurdjieff ou que fez por pouco tempo se engane e ache que está acordado ou com seu nível de consciência acima do estado de vigília.
Muitas pessoa que chegam ao grupo me dizem que já conhecem estes exercícios de sensação do corpo e que em muitas situações já fizeram e sentiram o que praticamos. O interessante é que no momento que estão falando comigo, não estão fazendo nada para estar presente e mesmo numa situação de movimentos ou Mokuso elas encontram grandes dificuldades em fazer os exercícios, mas mesmo assim acham que estão fazendo e dizem que entenderam o que está se passando em apenas algumas reuniões. O interessante é que estas mesmas pessoas após alguns meses ou anos começam a perceber durante os exercícios que raramente estão presentes e a sua atenção é limitada, restrita a pequenos afazeres, e que diante de si existem várias situações em que ela não enxerga e nem faz absolutamente nada que deveria fazer em relação a atenção que ela deveria ter em muitas ocasiões. Mesmo estando sentindo o corpo e querendo estar com o máximo de atenção, existe uma limitação da própria pessoa, pois seu corpo de CS ainda está em formação. Isto acontece quando o grupo está reunido e todos tem esta finalidade: acordar e permanecer nesta condição de atenção. A todo momento vemos que o esforço dentro do grupo é difícil de se manter em um nível desejado. Agora pergunto : E quando estamos longe um do outro, junto de pessoas que dormem e acham que estão acordadas e que acham que sabem o que fazer, como fica a situação de alguem que está no trabalho? É fácil de se perceber que acontece da pessoa procurar estar presente, mesmo que parcialmente. Mas cada esforço de que fazemos é uma soma para o acúmulo da consciência que dia a dia pode aumentar, até se tornar uma Consciência de Si.
Dentre os vários  Eus  que temos dentro de nós cada eu representa uma força e a soma deles é que produz o que somos na vida. Uma pessoa que está no trabalho de Gurdjieff e se considera firme, que nada o abalará, que seu objetivo é ser imortal etc. mas desconhece que existem  a  força dos Eus  que não estão no trabalho e que somente a própria pessoa tem capacidade de ver e saber de sua existência, mas quando vêem um pouco fogem e procuram justificar seus gostos e até sua compreensão limitada. Alguém está no Trabalho de Gurdjieff porque ainda não apareceu algum tipo de tentação que o tire do trabalho. Pode ser algum emprego cuja remuneração é boa, mas o impedirá de participar de participar das reuniões. Como também algum curso da área que a pessoa dê mais valor do que sua própria evolução. O seu C.G. não é do trabalho sobre si os Eus que estavam adormecidos, podem acordar de repente e ficar até furioso se alguém discordar. Com essas pessoas devemos não tentar mostrar a ilusão em que estão metidas, mas nos afastarmos das idéias dela e observar de longe, sem tentar mudá-las.
Elas não são do trabalho, estavam no Trabalho de Gurdjieff. Quando alguém dentro de si mesmo pode se considerar do trabalho, é pelo simples motivo em que ela descartaria tudo em sua vida para a sua evolução. Seu centro magnético existe e o restante em sua vida que em seu redor, começando com a família, serviços etc, o FDS não lhe atinge.

Uma pessoa pode passar alguns anos sem que apareça uma oportunidade tentadora, mas quando aparece ela ela não tem dúvidas, a sua vida é aquilo, então quando  ela pede uma opinião a alguém, já está decidida a prosseguir em seu real objetivo que acaba sendo outras três forças negativas que tira a maioria das pessoas do Trabalho de Gurdjieff. Então o acordar passa a 2º plano e seu sono vira acolhedor e gostoso.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

COSMOLOGIA

Sabemos que a existência é baseada em 3 forças: Ativa Passiva e Neutralizante ou Resultante. (1+2 = 3) Não é um mais um porque são duas forças contrarias, então chamadas de 1 e outra de 2 . As duas juntas nem é uma nem é outra. Chamaremos de 3, ou terceira força. Como as forças que existem dentro de nossas limitações sensoriais são sempre resultantes de outras superiores ou iguais, devemos saber que existe uma força primaria que chamamos de Absoluto. E como não há um nome científico, será H-6, que é a mais alta vibração possível e a mais baixa materialidade existente 1 +2=3>6. Vibração é a energia capaz de transformar um movimento em outro em qualquer circunstância. Aqui devemos imaginar que tudo é matéria, começando por uma pedra, reino mineral, vegetal, animal e humano. O reino mineral tem menor vibração e maior materialidade do que o reino vegetal e assim até o animal e humano.
Uma vibração mais alta pode se manifestar numa mais baixa através do movimento, cor ou som. São conhecidos por nós, mas não param aí. Existem muitas outras vibrações muito mais poderosas e com menor materialidade. Então dizemos que uma alta vibração pode ser percebida em uma mais baixa e esta pode receber a influência de uma mais alta.
No reino mineral se manifesta o vegetal, que possui mais alta vibração e menor materialidade. Com a sua energia superior, consegue transformar o mineral em vegetal, isto é, se alimenta de minério com a combinação de outras forças que falaremos depois. Por sua vez o vegetal serve de alimento para o reino animal e este para o humano. Isto não pára por aí, prossegue até o absoluto. Uma outra forma de entender, é saber que no corpo do vegetal existe o mineral, no animal existem vegetal e mineral e no humano, todos eles. Então, a mais alta vibração deste contexto, é o humano.
Além dos ossos, músculos, gorduras, água, etc. que o corpo humano possui, existem outras matérias como pensamento, fantasia, sentimento e percepções sensoriais que não são consideradas matéria pela ciência.
São do mesmo nível da carne, superiores, mais vibrações e usam o corpo para se manifestar e se alimentar dele.
Para entender o funcionamento da máquina humana, devemos voltar para o espaço sideral desde o absoluto em escala decrescente.
O Absoluto se manifesta em todos os mundos então faremos um ideograma:
l. ABSOLUTO SE MANIFESTA EM
2. TODOS OS MUNDOS= todas as galáxias juntas
3. TODOS OS SÓIS = uma das galáxias
4. SOL = compreensão possível ao ser humano
5. PLANETAS=se manifestam na terra
6. TERRA=tudo existente de vida orgânica e outros
7. LUA= transições do reino mineral, abaixo absoluto que é a mais alta vibração possível inacessível ao ser humano.
Uma galáxia é um ser que se manifesta nos sóis (estrelas), os quais podemos chamar de seu corpo físico, perceptível ao homem. Como o universo, mas não é acessível em sua realidade, e mesmo em parte, apenas parcialmente visível e percebido por telescópios.
Qualquer elemento orgânico, por mais simples que seja, como uma cenoura, uva etc. possui uma ligação infinita sucessiva e ininterrupta com cada vez mais altas vibrações. Mas para sua existência, são limitadas ao sol, lua, água e terra. Que por sua vez são ligados entre si e com o ser superior. O Sol com um conjunto de estrelas e estas com a galáxia a que pertence. Quando falamos, por exemplo, do homem, e o analisarmos com a vida orgânica na terra, a ciência o vê como um conjunto de ossos, carne, sangue etc. Mas tudo isto, por sua vez, vem de uma outra forma de energia, que a ciência comum nem imagina. Uma simples célula não existiria se não estivesse em um determinado lugar ligada as outras células e assim sucessivamente. Existe uma consciência que tem poderes de inteligência em cada grupo de células, corações, pulmões, etc. separadas da existência. São forças aglutinantes do espírito humano e outros espíritos também. Em volta deste espírito se aglutinam energias que o possibilitam se manifestar neste mundo, que chamamos de material. A sua vontade de se manifestar faz com que outras forças com os mesmos objetivos, apesar de serem independentes, unam forças para sua própria evolução.
O espírito se centraliza naquilo que chamamos de corpo, com o que há a sua volta que o ajude a evoluir. Isto é, acumula sua energia que será sua própria consciência. Nós temos os pés em baixo, a cabeça no alto, tórax no centro etc. Os órgãos espalhados, formando o corpo humano, animais, vegetais e até minerais. À medida que este espírito acumula um tanto de energia, se torna um ponto em seu redor dos que proporcionaram sua evolução. Os que estiverem mais perto dele serão os mais evoluídos.
Podemos dizer que nossos órgãos internos são seres que evoluem junto com nosso espírito. Esta evolução prossegue até que toda esta energia evolutiva alcance um grau que podemos chamar de Lua, planeta, Sol etc.
O ponto mais perto de se receber uma influencia geral de todos os lados é o redondo (esfera), pois de seu centro para periferia todas as distancias são iguais. Esta inteligência é limitada até o sol. Em todos os sois é outro tipo de estação, onde as distancias são de grau de vibração, por isso não são redondos (galáxias). O que determina a sua evolução não é a forma, mas o grau de vibração que é heterogêneo, pois possui muitos seres diferenciados entre si e estas distâncias também o são. Tomando com isto formas completamente diferentes, igual ao corpo humano e seus órgãos.
Quando falamos do homem, que também possui uma complexa formação, não podemos esquecer que aquilo que possuímos dentro e fora de nós não é limitado ao mundo perceptível sensorialmente. Como o pensamento, sentimento, sensações de frio, calor, etc. Em volta de nosso corpo, existe nos rodeando uma força que alguém chama de aura, que nada mais são do que filamentos da força humana e que não se restringe a ficar ao redor de nosso corpo, vai muito além, recebendo influências de fora para dentro, de cima para baixo, lateralmente, de baixo para cima, simultaneamente. Os planetas também possuem forças colossais que formam por onde passam grandes rastros de filamentos luminosos. Vou dar um exemplo mais simples. Digamos que tivéssemos a chance de virar uma pedra e olhamos para o sol. Pela sua velocidade diferenciada da minha percepção, eu veria no céu apenas uma faixa luminosa amarela e um piscar de escuro com outra faixa prateada que seria o caminho da Lua. E se acaso não tivéssemos na Terra, apenas veríamos grandes anéis (rastros dos planetas) interligados no sol, as nuvens em torno do planeta seriam uma névoa constante. A rapidez de nossa existência no corpo denso nos tira essas possibilidades de observação em longo prazo e também se estivéssemos naquela situação, os sons que ouviríamos seriam bem diferentes e mais constantes, vindo dos planetas, sol e até das estrelas.
Quando o homem se prende a sua vida diária, perde estas possibilidades de existência em outros planos. Prendemos-nos pela evolução terrestre que se inicia sutilmente naquilo que nós gostamos e que a vida comum oferece, que nada mais é do que a evolução do planeta terra, muito lenta para nós.
Os planetas um dia podem se transformar em sóis, que é uma evolução normal através dos períodos, assim como o homem também pode se tornar um planeta e até chegar a ser um sol. Cada um dos seres tem um nível de percepção de acordo com seu corpo evolutivo, por esse motivo existe a diferença de graduação: átomo, moléculas, órgãos, ser. Um átomo sozinho é um tipo de existência. Quando existe a necessidade de um aglomerado formando uma molécula, é um ser superior. Ao se tornar órgão, é mais superior ainda e por ser mais complexo, pode receber influências de outros seres superiores. Podemos até falar que poder servir para evolução de outro acima de sua capacidade (cadeia de alimentos). Para facilitar podemos também dizer que são reinos, mineral, vegetal, animal, humano, terrestre, planetário, solar, galáctico, até todos os mundos, a união de tudo, formando o ser supremo, que é tudo o que existe no Universo. A evolução acima do sol, segue um princípio diferente do nosso e está acima da compreensão humana. Quanto mais alto o ser evolutivo, muito mais alta é a vibração que o forma.
Quando alguns átomos desprendem sua energia de alguma forma: Urânio, Hidrogênio, etc, significa que seu estado normal levou um choque de alguma maneira e com isto sua energia se expandiu. Mesmo sendo algo bem simples como uma cabeça de fósforo quando entra em combustão ou o desprendimento do calor do fogo. Tudo isto é uma mudança de vibração menor para a maior. No reino Vegetal este choque é muito superior, portanto há uma necessidade de um mínimo de energia ou vibração para sua existência. Em relação ao átomo, é muito superior. O mesmo acontece no reino animal, onde consideramos somente os animais de sangue quente. Os de sangue frio podemos dizer que é seiva como sapo, serpente, inseto, etc. Já no reino animal a vibração é muito superior, é fácil confundir quando pensamos somente com nossa percepção sensorial que é muito limitada. Para apenas termos uma idéia, podemos dizer que a manifestação de uma energia só tem necessidade de um corpo físico mineral. Por exemplo, uma bomba de hidrogênio: basta criar condições físicas e a explosão acontece. Já para um ramo de grama se manifestar tem que ter além do mineral um outro tipo de energia que possibilite a existência da molécula desse ser (grama), que é superior aos átomos que o formam. Vamos dar o exemplo seguinte: uma folha para existir, tem a necessidade de átomos de hidrogênio, oxigênio, fósforo, carbono, etc. Esse aglomerado de átomos é mantido quimicamente composto por uma força completamente desconhecida da ciência comum e dos 5 sentidos. Se a conhecessem, poderiam criar uma folha, flor, etc. Esta energia vibratória que mantém a existência de uma simples flor, é muito superior aos átomos que se mantém em união para formar este ser. O mesmo acontece com um planeta. Sua vibração é a somatória de tudo o que existe nele. Sendo que nos planetas que não tem vida orgânica, não significa que são inferiores. Ou passaram por este processo, ou ainda vão chegar, mas como sua forma é redonda, mostram a vibração que o mantém, que é muito superior a orgânica, pois possui um nível de manifestação sem o reino vegetal, animal e humano, onde ainda não chegamos como homens. Esse assunto também tem haver com os cosmos. Cada cosmo é um nível diferente, do de cima como do debaixo, mas há a possibilidade de comunicação entre eles.
Dentro de nós existe o plano mineral, vegetal e animal. Este conjunto, possibilitado pela vibração do espírito humano quando está materializado, chamamos de alma. Para sua existência, necessita de três forças juntas, além de outras forças: motora, sexual e instintiva. Cada uma recebendo influência vibratória do próprio cosmo, o de cima e o de baixo. Isto possibilita o seguinte: o corpo denso, carnal, faz o contato com nosso cosmo através dos sentidos e dentro de nós através das diferentes vibrações como pensamento, sentimento e outros, que são de mais alto grau vibratório acima dos três reinos, possibilitando a união de um cosmo com o outro. Com isso há criação de algo permanente através de um esforço. Do material de mais alto grau com o de menos grau onde se manifesta. O pensamento se manifesta no cérebro e sistema nervoso. O sentimento através do coração e o instintivo através dos sistemas circulatório, digestivo, respiratório e outros. O espírito que podemos dizer tríplice (três), não existiria nesse mundo físico se não tivesse uma diminuição de vibração ao nível mineral, que se iniciou no processo evolutivo que já falamos.
Ao nos separarmos das percepções comuns dos 5 sentidos e iniciarmos uma observação imparcial de seu funcionamento, armazenamos a energia necessária para vivermos em outro plano.
Por mais potente que seja o telescópio ou mais definição que tenha o microscópio, tudo dependerá da nossa limitação aos 5 sentidos, que é o nível humano atual. As outras percepções, os homens um dia terão a longo prazo, aos conformados pela existência e oferecimento do mundo em que vivemos materialmente, mas nem todos estão satisfeitos pelo que recebemos pela evolução do planeta. Queremos nossa própria evolução que depende unicamente de nosso esforço para consegui-la.
Temos o direito de ter tudo o que a vida nos oferece e além disso, a existência em nosso verdadeiro destino que os nossos criadores nos ofereceram. O que devemos fazer para ter esta herança bendita que inicia neste pequeno corpo frágil e dependente de tudo que nos rodeia?
Primeiro não esquecer que temos dentro de nós muito mais energia do que supomos e que esta vibração pode ser armazenada para prosseguirmos nossa evolução ou voltar para nossa origem. O mais alto grau que temos acesso são nossos pensamentos e sentimentos, que só podem ser refinados pelo nosso esforço diário nesta curta existência neste corpo denso.
Para recordar, -devemos saber que do primeiro Cosmos ao último, estão todos dentro de cada um dos 7 mundos nesta seqüência:
·         Protocosmo
·         Ayocosmo
·         Macrocosmo
·         Deuterocosmo
·         Mesocosmo
·         Tritocosmo
·         Microcosmo
Ao iniciar no Trabalho, sabemos que as manifestações e vibrações são as menores possíveis e, para entendermos isto, devemos ter em mente de que se fôssemos um átomo que se manifesta no corpo humano, por mais longe que viajássemos em um foguete, jamais poderíamos saber da existência do cosmo superior, sempre ficaríamos no MICROCOSMO . Por exemplo, uma pequena molécula de cristal, com menos de lmm. Nós poderíamos entrar nela e sair, desconhecendo totalmente a sua existência. Para podermos entrar em contato com TC teríamos que no mínimo ser um átomo composto, formando um ser muito maior, por exemplo um cristal de sal, que é o material que o corpo humano possui no TC, que é onde se manifesta já com a possibilidade de se expressar nele e aí ter sua existência com a potencialidade de ir para o MC ou subir para o MsC, que são os planetas com tudo o que existe nele.
Digamos que o MC é um mundo sem formas, apenas vibração e energia. Já o TC é parte desse cosmo, mais o seu com todos os mundos que ele contém. Com isto as formas do TC como pessoas, aves, mar, etc. são sua realidade. Ao olharmos para cima veremos o DC que é o Sol e as estrelas que conseguimos ver, mesmo que seja com telescópio. Não temos acesso a ele pois, se pegássemos um foguete e saíssemos da órbita solar, iríamos cedo ou tarde encontrar outro sol e veríamos tudo como vemos daqui. Usando outras vibrações de nosso corpo, CI e CE entraríamos nos mundos que não vemos com os 5 sentidos, que nos possibilitam viver organicamente no TRITOCOSMO e somente teremos esta possibilidade se tivermos consciência e veículo para percebermos a sua existência. Este veículo pode ser criado pela atenção e um esforço para não desperdiçarmos nossa energia inutilmente. Como também podemos ter acesso a este outro mundo fora de nosso Cosmo com energias e vibrações presentes em nosso corpo denso, através de esforço pessoal ou ingerindo material que nos proporcione um aumento de vibração em nosso corpo por algum tempo como o vegetal, além de outros que não usamos por desconhecer sua origem.

Ao entrar nos mundos espirituais, devemos não pensar no material, nem na lógica ou no tempo. A nossa compreensão deve ser detida, pois faz parte do Tonal, fruto da personalidade e nós sabemos que ela é nova e muito limitada, impedindo com isto um aprendizado superior. Apenas devemos observar e não tonalizar nossa compreensão limitada. Muitas coisas que vemos e sentimos fora do corpo ou mesmo dentro dele, estão acima de nossa compreensão do momento, só posteriormente é que saberemos. 

sábado, 19 de agosto de 2017

VONTADE E DESTINO


O homem comum não tem vontade, pode ter desejos e muitos pequenos desejos que ele os classifica como vontade. Nós temos que conhecer o que é desejo e o que é vontade. Muitas vezes fazemos coisas que não são frutos da nossa vontade, mas de outra pessoa. Os desejos não necessitam de nenhum ou quase nada de esforço, acontecem e desaparecem sem nada deixar para trás. Uma pessoa deseja treinar Karate ou Judo e inicia os treinos, isto é, foi levado pelos seus desejos de auto- defesa, ginástica, etc...quando começa a aparecer obstáculos, esta pessoa falta aulas, vai se afastando até que pára de lutar, sempre dando uma desculpa qualquer, até razoável.
No trabalho de Gurdjieff isso é igual, uma determinada pessoa começa muito bem fazendo os exercícios, relaxamento, etc...mas gradualmente começa a fraquejar, falta sempre que algo acontece, contrário aos exercícios e frequências que normalmente teria que ter. Uma pessoa que só tem desejo não tem um destino que o homem deveria ter, isto é, força suficiente para criar um equilíbrio e um corpo ou mais para ter uma evolução certa. O homem comum com seus múltiplos desejos não tem capacidade de armazenar quantidade de energia suficiente para sua imortalidade. Ao iniciarmos por exemplo um aprendizado que não seja necessário para se ter uma vida normal requer um esforço que pode se tornar uma vontade. Quanto mais obstáculos uma pessoa vencer para alcançar seus objetivos, mais perto estará da vontade. Por exemplo, uma pessoa se esforça enormemente para adquirir estabilidade financeira ou riqueza ( poderá até parecer que isto seja uma vontade por enormes sacrifícios de saúde  e tempo em sua vida ) mas se olharmos detalhadamente veremos que todo seu esforço nada mais serve do que satisfazer seus pequenos desejos.  Seus esforços são puramente mecânicos e com isso ele segue seu destino comum a todos, isto é : comer, beber, transar e morrer, nada mais que isso.
O homem que se determina a se aperfeiçoar em qualquer arte marcial ou plástica estará perto de alcançar um outro tipo de destino, diferente totalmente do homem comum. Se para isto ele tiver que aperfeiçoar seu sentimento, pensamento, e atitudes, nunca sozinho, sempre dependendo de outras pessoas, por menor que seja seu esforço o armazenamento de sua energia o conduzirá a uma nova compreensão da vida e com isto a algo dentro de si.  Não terá destino comum. Gradualmente ele se afastará de tudo que o prejudique a alcançar seu objetivo ou sua meta. Na verdade o destino do homem não é fazer parte do destino geral da natureza, pois isto não consideramos como evolução. O enorme desperdício de força que temos durante a nossa vida faz com que só vivamos para satisfazer desejos descontrolados que não nos leva a nada. Seremos como pó soprado pelo vento. Qualquer pequena mudança seremos levados de um lado para o outro. Basta uma pessoa fazer qualquer coisa por mínima que seja, se a pessoa não tiver na vontade ela esquecerá imediatamente sua meta e até seus objetivos imediatos cairão por terra. A importância da imortalidade será esquecida nas suas manifestações de raiva e vingança que terão mais importância do que todo esforço acumulado em seu trabalho sobre si mesmo. Esta pessoa não tem um destino, terá apenas fatores que determinarão seu vai e vem nas distrações e mecanicidades.

Há um destino que podemos chamar de geral, por exemplo, uma pessoa sempre foi correta e trabalhadora, nunca foi negligente com a família e de repente a filha morre, sua mulher fica doente e o mal lhe cai sobre a vida. Isto tem a ver com seu destino de renascimento. São coisas que devemos passar na vida para adquirir experiência e acordar. A insatisfação do cotidiano sem um objetivo de evolução, leva a loucura e desequilíbrio. As pessoas vivem para a vida da terra e não para elas. Cada pessoa tem os objetivos de equilíbrio e satisfação social. encontrar alguém, casar, ter filhos, trabalhar, colocar os filhos para estudar e etc... e com isso sua vida vai passando e sua chance de evoluir na vida também. O mesmo acontece com a sua família, vivem para esperar a morte ou uma festa de aniversário e etc...sempre esperam algo do nada apenas para sua satisfação pessoal que a sociedade criou. Esperam que a morte chegue e termine como a festa.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

EMOÇÕES NEGATIVAS - Parte I


Falaremos, esta noite, do Trabalho. Falaremos do que significa o trabalho sobre si em relação às emoções negativas. O Trabalho diz: "Tens o direito a não ser negativo". Observem que o Trabalho não diz: "Não tens direito a ser negativo." Um dos sinais pelos quais se pode distinguir entre um ensinamento falso e um ensinamento verdadeiro é que o ensinamento falso insiste que se faça algo que não se pode fazer ou estabelecer como regra. É sinal de um ensinamento falso, por exemplo, obrigá-lo a prometer algo, ou a jurar, ou fazer um voto de silêncio, e assim sucessivamente. Um homem - um homem comum - não pode cumprir uma promessa em todas as circunstâncias, porque não é uma pessoa, mas, ao contrário, várias pessoas. Uma pessoa, um "Eu" nele, pode prometer ou até amarrar-se por um juramento. Outros "Eus" nele, entretanto, não quererão reconhecê-lo. Supor que um homem pode prometer alguma coisa é supor que já é uno, uma unidade - quer dizer, um homem que só tem um "Eu" real, permanente, que o controla e, assim, uma só vontade. Mas um homem tem muitos "Eus" e muitas vontades diferentes. Suponhamos que o Trabalho estabeleça uma regra deste teor: "Não deve ser negativo. Deve jurar que não será nunca negativo. Se não cumprir esta promessa, terá que abandonar o Trabalho." Se o Trabalho dissesse isso, significaria que pressupõe que o Homem pode fazer. Mas o Trabalho diz que o homem não pode fazer e que isso é preciso perceber por meio da observação de si. Se prossegue imaginando que pode fazer, se continua pensando que sempre recorda e cumpre seu propósito, então não haverá lugar em você para o Trabalho e o Trabalho não poderá ajudá-lo. Não sentirá seu desamparo interior. Se começa a sentir seu desamparo interior de um modo correto, sentirá a necessidade do Trabalho, para que o ajude. Como o Trabalho pode ajudá-lo? Só pode ajudá-lo se você começar por obedecê-lo. Sentir a necessidade do Trabalho é sentir que precisa de algo para servir de guia. Se deixa que alguém o guie, é melhor que o obedeça. É preciso que trate de obedecer ao Trabalho. Entretanto, se não entende nada, não pode obedecer ao Trabalho. Por isso é necessário pensar naquilo que o Trabalho ensina, para que fique gravado claramente em sua mente. É preciso que pense, por si mesmo, com seus pensamentos mais genuínos e pessoais, naquilo que o Trabalho está sempre lhe dizendo. Se pensar dessa maneira, profunda, íntima e pessoal, verá que o trabalho lhe diz mais sobre o que tem de fazer do que sobre o que não tem de fazer. Agora, bem, as pessoas muitas vezes perguntam: "Que é que tenho que fazer?" Por esse lado, o Trabalho só diz duas coisas definidas: "Lembre-se de si mesmo" e "Observe-se a si mesmo." Isso é o que você deve tratar de fazer. Por outro lado, o Trabalho diz muitas coisas sobre o que não deve fazer. Diz, por exemplo, que deve tratar de lutar contra a identificação, de lutar contra a mecanicidade, contra a conversa mecânica e equivocada, contra todo tipo de consideração interior, contra todo tipo de auto-justificativa, contra as diferentes imagens de si mesmo, as formas especiais de imaginação, a antipatia mecânica, contra todas as variedades de auto-compaixão e auto-valorização, os ciúmes, os ódios, com a vaidade, a falsidade interior, a mentira, o auto-convencimento, os preconceitos, etc. E fala expressamente de lutar contra as emoções negativas em seu conjunto. Às vezes se encontra no Trabalho uma pessoas ansiosa e desejosa de saber exatamente o que fazer. Em geral as pessoas que fazem essa pergunta só prestam atenção exterior e não interior. Como sabem, o Trabalho começa com a atenção interior. A observação de si é atenção interior. Uma pessoa deve começar por ver a si mesma, a que se assemelha e o que lhe acontece - por exemplo, é preciso que veja por meio da atenção interna suas próprias emoções negativas, em lugar de ver só as das demais pessoas por meio da atenção exterior. É preciso que veja o que significa identificar-se com suas emoções negativas e o que significa não identificar-se com elas. Uma vez que o veja, já conseguiu a chave para entender o aspecto prático do Trabalho. As primeiras etapas do Trabalho se chamam, às vezes, "limpeza da máquina". Uma pessoa que constantemente diz: "Que deveria fazer?", depois de haver ouvido o ensinamento prático do Trabalho algumas vezes, assemelha-se a um homem que tem um jardim cheio de ervas daninhas e diz, ansiosamente: "Que deveria plantar nesse jardim?, Quais plantas poderiam crescer nele?". Mas a primeira coisa que tem a fazer é limpar o jardim. Por isso o Trabalho enfatiza o que não deve ser feito - quer dizer, aquilo que é preciso deter, aquilo ao que não se deve ceder, o que se deve impedir, o que não se deve alimentar mais, o que se deve limpar na máquina humana. Porque entre nós não há ninguém que tenha máquinas lindas e novas quando entra nesse Trabalho, e sim máquinas oxidadas, sujas, que necessitam de limpeza diária e, por certo, uma limpeza radical no começo. Uma das maiores formas de sujeira são as emoções negativas e o abandono habitual a elas. A maior sujeira no homem é a emoção negativa. Uma pessoa habitualmente negativa é uma pessoa suja, no sentido do Trabalho. Uma pessoa que sempre pensa coisas desagradáveis das demais, que não simpatiza com ninguém, que tem inveja, que sempre tem algum motivo de queixa, alguma forma de compaixão de si mesma, que sempre sente que não é tratada com justiça, tal pessoa tem a mente suja no mais verdadeiro e prático dos sentidos, porque todas essas coisas são formas de emoções negativas e as emoções negativas são sujas. Agora, bem, o Trabalho diz que tens o direito a não ser negativo. Como se assinalou antes, não se diz que não tens o direito de ser negativo. Examinando a diferença ver-se-á como ela é grande. Sentir que se tem o direito a não ser negativo significa que se está bem encaminhado para o verdadeiro trabalho sobre si em relação aos estados negativos. Ser capaz de senti-lo atrai a força que o ajuda. Mantendo-se erguido, por assim dizer, em si mesmo, em meio a toda a desordem da negatividade, e sentir e saber que não é necessário perder-se nessa desordem. Dizer esta frase de modo correto para si mesmo, experimentar o significado das palavras "Tenho direito a não ser negativo", é, na realidade, uma forma de lembrança de si, de sentir um indício do verdadeiro "Eu" que se levanta sobre o nível de seus "Eus" negativos que todo o tempo repetem que tens todo o direito a ser negativo.

terça-feira, 11 de julho de 2017

A EVOLUÇÃO DO SER


O homem normal sempre acha que a razão é a sua e que seu ponto de vista é o certo. Baseado em suas próprias convicções, esquece que a sua cabeça e  seu raciocínio é apenas uma pequena parte de seu próprio ser e que sua  compreensão pode mudar de acordo com as circunstâncias em que está vivendo. Todo o conhecimento de uma pessoa pode ser acrescido de uma experiência e se tornar mecânico, completamente automático. Isto quer dizer que o próprio conhecimento pára, estaciona e deixa de evoluir com o  tempo. Quando aprendemos algo pode ser por um dos centros. Pode iniciar com o Centro Intelectual e passar para o Centro Motor  como também pode iniciar com o Centro Motor e passa para o Centro Emocional e assim o aprendizado se automatiza.
Se o homem for de uma escola que procura a evolução do SER, ele não pode parar de praticar o que toma conhecimento para poder evoluir em sua consciência. Para isso deve aceitar que aquilo que hoje ele gosta, pode amanhã gostar muito mais ou simplesmente esquecer que gostava ou fazia. Se a pessoa procura acordar, deve sempre se auto observar através de exercícios contínuos. Quando a pessoa se acha capaz ou que já está com a razão, significa que parou. O que ela é continuará sendo até a hora da morte, nada mais lhe será acrescido. Se tem um pequeno gosto, após 5 ou 10 anos continuará a mesma pessoa; Se tem um ponto de vista, assim ficara até o final; Suas convicções continuarão as mesmas, apenas poderá fortalecê-las, isto é, dormirá cada vez mais; Se antes fumava um maço de cigarro agora fumará dez ou mais; Se antes era um pouco nervoso, quando velho ficará pior ainda. A evolução do ser humano precisa sempre ser dada uma corda para sair do lugar, igual um relógio. Tem um tempo determinado para funcionar e sempre voltará as mesmas horas. Fora pode tudo ter mudado mas o relógio é o mesmo e percorrerá o mesmo caminho por mais que lhe dêem corda. Para  haver uma evolução é necessário trabalhar sobre si mesmo, obedecendo não regras ou leis, mas se observando. Vamos dizer que uma pessoa fuma, bebe álcool, etc.. e ao entrar para uma religião e seguir suas leis deixa de fazer isto. Por um pequeno momento ele fará um esforço, em seguida se achará melhor do que os outros, em situação privilegiada, etc...Na verdade estará em pior situação do que antes, pois se antes ele se achava normal com seus vícios agora se acha melhor e na verdade nada em si mudou, continuará com as mesmas convicções e no lugar dos seus vícios colocará o orgulho e a vaidade, fantasiará sua própria pessoa se achando diferente e daí para frente nada em si mudará, terá os mesmos medos, distrações e conhecimentos, apenas aumentará as suas fantasias.
O que fazer então para se ter algo concreto dentro de si? Devemos nunca aceitar aquilo que somos como um final ou que está certo. Se achamos que gostamos de uma pessoa devemos observar, com detalhes nosso comportamento diante dela e verificar através de uma observação imparcial o que sentimos por ela em cada detalhe por menor que seja. Por exemplo, acho que gosto de fulano mais do que beltrano. Devemos procurar porque gostamos e na observação constante estar presente quando a pessoa discorda de nós ou faz algo que achamos errado. O que sentimos naquela hora? O que pensamos? O que somos para ela neste momento? Qual é a tonalidade de voz que adquirimos? Como fica nosso corpo? etc, etc... Ao contrário também. Se não gostamos de alguém devemos procurar saber porque. O que temos em comum com ela? O que nos levou a ter esse tipo de sentimento? Será que nós nos achamos melhor do que ela? Porque? Tudo isso com base em relaxamento muscular e duvidar das próprias convicções.  No nosso caminho nada é conclusivo, tudo é início de algum conhecimento que nos levará a frente e para o alto.
Inicialmente deve-se até pensar que devemos deixar de sentir algo pelas pessoas, é o contrário devemos aprimorar nossos sentimentos e nossa atitude não agir mecanicamente como uma folha ao vento. Aceitar que queremos ser melhores do que somos não em nossos costumes ou atitudes, mas em nossa forma de ver e sentir o mundo que existe dentro e fora de nós para quando haver mudanças, ser para melhorar a nossa atual condição e não piorá-la. A medida em que passamos a fazer a Observação de Si  não temos possibilidade de ver o que pode fazer ou mudar. Só a longo tempo é que se nota a mudança tanto nos sentimento como nas atitudes. Agora a influência não fica unicamente em nós, ela atinge as pessoas que conhecemos, no nosso trabalho, religião, família, é como um fósforo dentro de um quarto escuro, por menor que seja a alma ela sempre iluminará o quarto todo, não só uma parte dele. O conhecimento de si inicia-se na observação de nossas impossibilidades, é quando começamos a duvidar daquilo que imaginamos possuir e que não temos como: controle de si, livre arbítrio, determinação, etc... Ao tomarmos conhecimento de nossas incapacidades, temos a possibilidade de termos estes méritos humanos, como amor, paciência, compreensão, etc...
A Observação de Si não pára somente nisto. Estes exercícios também abrem a porta para aquilo que ouvimos, lemos, acreditamos mas não vemos nem sentimos como a outra realidade além da material. Aos poucos passamos a ver, sentir e por em prática muitas coisas que pareceriam totalmente impossível para um não praticante. O grau de aprendizado que diz o nível de evolução de uma pessoa é pelo que ela vê, sente e faz na vida em seu cotidiano, uma coisa não é separada da outra. Vamos dizer que outra pessoa vê a outra realidade e não consegue ver a sua vida normal, isto é desequilíbrio e vice-versa. O trabalho sobre si é para se ter equilíbrio e com isto mais consciência e a formação de algo interior que não é perecível, que permaneça independente da vida material e transitória.
Quanto mais certeza tivermos do que temos que um dia enfrentar, maior é a força que nos faz ser diferente e encarar a realidade da vida como passageira, como o caminho para ir além do conhecimento que adquirimos na sociedade.

(2000)