segunda-feira, 7 de março de 2016

PONTO DE EQUILÍBRIO

Uma pessoa se esforça para se manter alerta, sentindo o corpo, etc...e começa o estado de consciência de si. Nesta situação todos que assim estiverem percebem as mesmas coisas e os acontecimentos ao seu redor são sentidos e vistos de forma equilibrada e dentro de uma mesma compreensão. Digamos que num grupo de 14 pessoas  uma delas esteja distraída e falando algo mecanicamente (fantasiando) e que seu estado interior esteja identificado com o assunto, em outras palavras, que esteja dormindo no estado de vigília ou sono desperto. Por mais que fale ou faça algo, todos notarão a sua intenção e identificação com o que fala ou faça. Se esta pessoa continuar assim o seu sono aumentará e cada vez mais se distanciará de um estado melhor de consciência, mas se o grupo continuar coeso no seu esforço de manter a atenção algo acontecerá com a pessoa que não está com a atenção. Ela acordará ligeiramente e terá alguma emoção de raiva ou tristeza. O grupo estará dentro de uma força que chamamos de consciência que circulará em todos que terão sua visão e sensação do corpo aumentada e cada vez mais a distância entre o grupo e  a pessoa que está dormindo aumentará. Isto poderá acontecer com uma ou mais pessoas  e esta achará que todos estão errados e que são maldosos, que tudo é sem sentido dentro dessa concordância. Se nós percebemos que isto está acontecendo com a gente, devemos imediatamente parar de se movimentar , colocar a atenção na postura e ficar de uma forma que não necessite de esforço físico, relaxar os músculos gradativamente, não procurar entender nada, nem defender nenhum ponto de vista por mais “razão” que pense ter, deverá somente sentir e observar seu próprio corpo, olhar para as pessoas sem julgá-las e não deixar as vozes interiores interferir, ficar em estado de alerta consigo mesmo, fechando a “porta” e não deixar a desconfiança entrar, apenas observar e estar presente esperando uma situação interior melhor. Se  conseguir isto, entenderá que existe uma força viva, uma energia que está à disposição do grupo e quando falar  haverá uma compreensão única, não haverá discordância dentro do grupo. Esta força não termina quando o grupo se separa fisicamente e cada um vai para o seu lado levando esta energia que poderá ser usada quando necessitar. A energia que acumulamos com os esforços de um trabalho é para a formação não de somente um corpo particular, mas de uma egrégora que permanecerá no grupo enquanto ele existir em sua formação de esforço e até além , se conseguirem armazenar uma quantidade suficiente para a existência do grupo em outras realidades (mundo astral). Para que esta força exista é necessário haver no grupo um sentimento de união, algo que seja amizade e confiança, não confundir com pieguice e identificação com uma ou outra pessoa, por exemplo: pai e filho, mãe e filho, marido e mulher, etc...pois esta ligação é perniciosa quando o grupo se reúne pois este tipo de sentimento é de quem está dormindo e está satisfeito com sua vida e confunde gostar com Amor e identificação com carinho. Os grupos ao se reunirem devem antes de tudo esquecer os laços e correntes que existem no estado de sono desperto. Uma pessoa que se considera carinhoso, bonzinho, etc...não está em condição de trabalho na 2a linha de Trabalho (fazer algo pelo grupo), só estará apta para a 1a linha de Trabalho (fazer algo para si mesmo) e não trabalhar com outras pessoas que desejam acordar e duvidam de sua própria condição de estar desperto. Há aqueles que querem acordar por não estarem satisfeitos interiormente consigo mesmo e há outros que se acham bem e sem problemas e que estão com a “razão”. A mesma razão que leva os homens à guerra, à morte e a disputa entre nações inteiras e até famílias a se gladiarem com outras famílias por vingança e etc. Dessa razão devemos fugir e não aceitá-la como linha de trabalho em nosso caso. Nós do Grupo de Gurdjieff não devemos esquecer dessas 3 linhas de Trabalho:

  • Trabalho sobre si mesmo
  • Trabalho com o grupo
  • Trabalho para o grupo
 Os grupos não são formados por vínculos de amizade, mas por capacidade de fazer o que se pede como exercício e obrigações psicológicas que dá a condição de um aumento de consciência numa determinada situação, principalmente quando a reunião está com a finalidade de um aumento de consciência. O nível de consciência de si de uma pessoa é a soma de seu esforço durante o Trabalho e não o esforço que ela está fazendo no momento dos exercícios. Isso quer dizer que mesmo que uma pessoa esteja aparentando distração e normalidade,ela é o produto do que fez durante os dias de Trabalho sobre si e seu equilíbrio e raciocínio é determinado por esta situação interior.

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