segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

CONFRONTAÇÃO

Quando um grupo de dispõe a acordar e com esse objetivo começam a se encontrar e a se esforçar para se auto-observar, uma energia e também uma pressão começam a circular em cada um do grupo. Quanto mais determinado for o dirigente neste objetivo da auto observação, maior a pressão. Por este motivo é que deve haver um espaço de tempo entre uma e outra reunião. Não devemos confundir com mutirão, que é ajuda mútua para se alcançar uma construção ou levantamento de fundos para uma obra. Neste caso, ao terminar o mutirão as pessoas se sentirão aliviadas e cansadas, estarão prontas para passear, dormir, se divertir, etc.
A confrontação é uma energia que vem dos grupos do Círculo Interno da Humanidade e tem até cor diferente pra quem pode ver (esverdeado, meio azulado) enquanto o outro é amarelo, avermelhado.
Um grupo ao se reunir mais de 24 horas começará a sentir um silêncio interior e uma calma ao fazer qualquer tipo de serviço e a atenção sobre si começa a facilitar, neste caso poderá ser exigido de cada um, um maior esforço de trabalho. Mesmo que durma um pouco,  um sono rápido e não profundo durante os momentos de descanso,  ao terminar tudo o sono do corpo físico é rápido e profundo.
O acúmulo de energia que gera um aumento de consciência de si quase não é percebido, quando o grupo estiver junto, mas nos momentos em que cada um desse grupo sair e for para casa, verá uma diferença na rua,  o contraste chocante da vida comum com a de consciência de si contínua. Haverá uma sensação de tristeza, melancolia, até de frustração, e o riso será substituído por lágrimas e a falação por silêncio. A pessoa estará acordada para o mundo e vendo a realidade em que está vivendo sentirá a falta daqueles que querem acordar, por isso há a tristeza.  Ao estar nesse estado de consciência de si, que traz a confrontação entre estes dois mundos, verá a intimidade de tudo que existe, o real valor daquilo que se tem fora de si, desde uma casa, carro, família, etc. Este é o grau máximo de sentimento que chamamos Confrontação. Um nível abaixo é a felicidade da lembrança do que foi feito e a espera de uma próxima vez. A pessoa sente que não pertence ao mundo, sai da distração e fica na expectativa da próxima vez. Enquanto a primeira sensação é de solidão, a segunda é de regozijo por ter uma oportunidade na vida.
Num grupo também pode existir um sentimento negativo que se manifesta em pequenos detalhes. Uma pessoa ao fazer algum tipo de serviço ou mesmo ao ver algum ato de outras começa a ficar incomodado, algo dentro de si se acha diferente e a partir daí o desmoronamento do esforço que se fez até aquele dia. Gradativamente a pessoa vai achando uma desculpa para ir embora mais cedo, não vir, até ficar bem claro que ela é diferente do grupo. A força que circula no grupo já não lhe pertence, o mundo o chama, com as suas belezas e atrações normais do sono como: cinema, festas, sexo, shopping, risos, praia, filhos, liberdade de dormir, sem ninguém ver nem saber. A pessoa  não incomodará ninguém em seu redor nem será incomodada, enfim, a maravilha de ser normal dentro do sono com aqueles que não querem acordar. Como diz no novo testamento “deixai os mortos enterrarem seus mortos”.
No momento em que uma pessoa se prepara para vir a uma reunião, esta decisão não foi tomada naquele instante. Existe algo dentro de nós (centro magnético) que já decidiu participar sempre, isto é uma força interior que se tem ou não tem. É fácil em um grupo saber quem tem e quem não tem, existe pessoa num grupo que possui uma fraqueza tão grande ou maior que a força do Trabalho, ao olharmos para esta pessoa nunca saberemos se ela virá na próxima vez ou não, pois poderá acontecer várias coisas que a impedirão de participar das reuniões e se formos ouvi-las, todas as coisas que a impediram de vir, são bem plausíveis e até impossível de contradizê-las. Quanto mais razoável é uma pessoa faltar às reuniões, como saúde, trabalho, família, dinheiro, mais fácil de se entender que o destino dela não está ligado ao trabalho sobre si. Sua vida acontece, não está tendo a liberdade de fazer o que quer, mas sim o que a vida lhe impõe, o seu destino segue o destino comum, está satisfeito com a vida e o que a vida lhe impõe é felicidade e sonho.
Não interessa o que um grupo esteja fazendo, o que tem importância é o objetivo de cada um nesta direção de querer acordar ou não, de querer ser visto e corrigido ou continuar como sempre foi, pois a mudança é certa para aqueles que querem mudar. O esforço é o mesmo, tanto para acordar como para viver bem com a vida, a energia a ser canalizada para consciência ou para a felicidade de um lindo sonho, enquanto a morte não chegar.
Uma pessoa comum dedica horas, meses e até muitos anos de sua vida para ter um diploma e um serviço que lhe proporcione meios de satisfazer seus desejos sociais, como comida, passeios, crescer socialmente, financeiramente para ser respeitado por isso, etc. Após alguns anos começa a trabalhar para ganhar dinheiro e aos fins de semana passear e se divertir e se prepara para a semana seguinte. E assim vai até envelhecer e perceber que tem poucos dias de vida, mesmo assim como já se acostumou com tudo isso,  espera a morte chegar ou num asilo ou com os netos e filhos que tem a obrigação de lhe visitar e tomar conta daquele fardo velho que no final da vida nada tem no interior, apenas bens materiais que toda a família está de olho. A vida toda foi acúmulo de ilusão e fantasia e cultuação da vaidade de lembranças de festinhas de aniversário ou lembranças amargas de enterros e brigas de familiares.
Pergunto, será que este é que é o destino de todos os homens? Se perguntem, será que estou sendo fraco e me deixando levar por esse destino? Morrerei como um velho num asilo ou lutando como um guerreiro?
É um erro pensarmos assim, viemos para cá para aprender a encarar e ficar na eternidade, se gastamos esta energia em baboseiras, o que colhemos foi o que plantamos. Nós temos o direito de viver bem com a vida sem nos apegarmos a ela, Ao mesmo tempo em que criamos aquilo que queremos ter e ser nesta imensidão incomensurável que existe e que temos o direito de ter como parte de nosso real destino.
O corpo físico existe para ser usado com bom proveito para criar ou fantasiar. Antes de deixarmos este invólucro, temos que fazer tudo possível para criar o que queremos, que é o veículo de nossa existência fora dessa realidade que se tornará apenas uma lembrança diante da realidade daquilo que há de vir. Para isto temos que aceitar a nossa limitação na compreensão daquilo que vemos e temos como daquilo que sentimos. A nossa limitação deve estar bem distante do que hoje somos.
A confrontação que sentimos aos nos separarmos do grupo e voltarmos a vida comum, é o que um guerreiro samurai sente ao voltar para sua casa depois de anos de batalha. Ele nasceu para batalha, sua espada não foi feita para ser objeto de arte e sim instrumento de sobrevivência. Num grupo a espada é a atenção e a batalha é contra o sono e a distração, buscando sempre estar atento. Como o poeta Antonio Abel diz no seu livro Pensamentos II :

“O tolo nas épocas de paz, diverte-se.

O guerreiro nas épocas de paz, prepara-se”.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

PENSAMENTOS

Existem vários pensamentos e para a nossa compreensão devemos definir alguns nomes para não confundi-los. Devemos lembrar primeiramente que o pensamento concreto são as formas que temos dentro de nossa cabeça e o abstrato são os sons que nos chegam em nosso interior. Ambos são considerados como matéria, portanto possuem volume, peso e existência própria podendo ser moldados como um simples desenho, temos que iniciar um processo interior que se manifesta na lei do 3. Primeiro temos que ter vontade que vem das emoções; segundo, imaginação que vem do intelecto. Essas duas forças para se concretizarem, ou melhor, para se materializarem, tem a necessidade de uma terceira força que são os movimentos da parte motora do corpo (músculos). Quando apenas duas dessas forças atuam não há um fato concreto, então a vontade passa a ser desejo e a imaginação, fantasia, que são matérias das regiões inferiores e para nós mais grosseiras que gastam energia do nosso corpo sem produzir nada de útil para nossa evolução. Como saber qual o nível que vem estes pensamentos? É simples. Todo pensamento que destrói, desune ou faz alguém sofrer vem das regiões inferiores do pensamento concreto ou abstrato. Mesmo que estas formas de pensamento não se exteriorizem destrói internamente a pessoa que o tem, pois em vez de se transformar em consciência de si fica como sonho e até cria internamente seres que materialmente se transformam em doença do corpo físico, como também descontrole emocional, stress, melancolia, mágoa e o pior de todos: ódio, que nada mais é do que a manifestação material do pior de todos os males espirituais.
Durante um dia inteiro dentro de nossa cabeça nos chegam vários pensamentos em forma de vozes, cantorias, músicas, lembranças e etc. A soma disso tudo é o nosso nível de ser e o nosso grau.
Aquilo que temos dentro de nós e sentimos é o que somos e o que queremos. Mesmo que os atos externos digam o contrário, pois nossos atos externos podem não corresponder ao que sentimos e falamos. Existe também o contrário disso, uma pessoa pode achar que gosta e tem um determinado sentimento, mas o que conta é o que ela faz externamente, não num determinado momento mas durante todo o seu dia. Nos momentos de distrações é que podemos ver nas outras pessoas o que elas sentem e acham da sua própria vida.
O centro de gravidade dos centros de uma pessoa é o que ela faz, sente e pensa. Tudo no estado de vigília já é diferente se começarmos a nos observar. Tudo isto perde a importância e o CG da pessoa é a vontade de acordar ao fazer um esforço nos momento de crise que necessite de uma observação imparcial de si mesmo.
Quando nos deparamos com a possibilidade de uma identificação dificilmente saberemos no momento exato em que ela acontece e todos aqueles momentos são apenas percebidos sem a possibilidade de se poder modificar tanto oa acontecimentos como as disponibilidades de sentimento e compreensão. Podemos até chamar de momentos de trevas pois nada se pode fazer além de observar e esperar com calma, sem tomar nenhuma resoluÇão. Após algum tempo estes momentos passam para um observador dos T G, para as pessoas que não se observam, aqueles momentos voltam a medida que o assunto ou situação se repetir. Por esse motivo devemos saber que nossas opiniões e atitudes mesmo aquelas dos exercícios com relaxamento, posturas, atenção, também estão dentro desses momentos, como os acontecimentos exteriores não são desfavoráveis, isto é, podem ser bons, achamos que estamos acordados a todo o momento, isto é um engano. Quando estivermos fazendo um exercício de G e nossa atenção for boa, tanto em nosso corpo, como exteriormente, digo que este é o momento de exercícios, que com o tempo somará todos os nossos esforços. Como saber qual o nível de uma pessoa? Como saber qual é o nosso nível? Se a qualquer momento poderemos estar a um nível mais baixo como saber em que situação estamos? Primeiro não devemos aceitar qualquer opinião pessoal, pois é de apenas um momento de nosso dia, de apenas um Eu ou grupo de Eus que não representam nossa totalidade de " notas" (?) de nosso dia a dia.
As decisões e o que fazemos é o que importa. Nós somos o que fazemos e não o que pensamos que somos. O fazer é algo fragmentado, um homem pode ser um excelente bailarino, carpinteiro, pintor, etc, não significa que ele possui um nível de ser melhor do que o outro que é apenas um artesão ou gari. O nível de ser de um homem é a soma do que ele é durante um longo tempo e quanto maior o tempo que conhecemos uma pessoa melhor podemos ver e saber qual é o seu nível, e para isso deve haver entre as pessoas do grupo vários momentos diferentes e ocasiões inesperadas, como viagens, situações adversas e até festas, etc. Naqueles momentos podemos ver o nível de atenção de cada um, um por um e sem dúvida se estivermos atentos poderemos até ver o que cada um mais valoriza em sua própria vida. Um homem quando decide algo deve antes passar por esta decisão várias vezes em sua vida, por vários Eus e mesmo assim pode errar e tomar uma decisão de um Eu sonolento, que não é do trabalho.
Ao depararmo-nos com o momento que deveremos ser humildes, simples e equilibrados dentro do que sentimos e pensamos sem opinião pessoal, mas no equilíbrio da atenção como se os acontecimentos fossem de alguém ou pessoa que desconhecemos.
O que um dia seremos é uma fé daquilo que está no futuro, não no presente. O presente é apenas o esforço dos nossos exercícios.


sábado, 19 de novembro de 2016

...

"Nosso desenvolvimento assemelha-se ao de uma borboleta.
Devemos “morrer” e “renascer”,
como o ovo morre e se torna lagarta,
a lagarta morre e se torna crisálida,
a crisálida morre para que,
por seu turno, nasça a borboleta.

"É um processo longo e a borboleta só vive um dia ou dois.
Mas cumpre-se o desígnio cósmico.
Com o homem passa-se o mesmo.
Precisamos destruir nossos amortecedores.
As crianças não os têm
por isso é que devemos nos tornar como as criancinhas ."


(Prieuré, 2 de junho de 1922)

( “Gurdjieff Fala a seus Alunos”, Ed. Pensamento,  p.46. )



sábado, 12 de novembro de 2016

EU SOU


EU- Esta palavra vem sempre acompanhada de Eu sou, Eu quero ou Eu posso. As pessoas esquecem de si e também do esforço que o trabalho de G exige e na fantasia de sua cabeça começam a falar: eu não gosto disso, não quero isto ou isto desse jeito, sou assim, não consigo mudar, quero ser outra pessoa, sentir outras coisas, entender diferente, etc. Isto não tem fundamento, pois dentro de nós existe uma legião de Eus que se misturam, se associam e quando estamos distraídos, fantasiamos em nossa cabeça que somos aquilo daquele momento, esquecendo que é apenas um momento. Tudo vai passar, pois um Eu não permanece para sempre dentro de um ser, ele muda e vêm outros com a nossa compreensão da situação em que vivemos.
No T.G. não devemos aceitar o que somos em determinado momento, sem contudo esquecer que devemos estar atentos para aquele momento. Não fantasiar que somos aquele tipo de sentimento ou aquilo que, dentro de nossas limitações de compreensão, achamos que somos. Este tipo de acontecimento dentro de nosso ser nos engana, pois uma pessoa comum acha que aquilo é ela e que não há como mudar.
Nos momentos bons, onde estamos felizes sorridentes e as coisas estão como achamos que devem ser é o pior momento de se observar, pois não achamos necessidade de fazê-lo, Mas, quando a situação muda e tudo fica a conta gosto, ruim, as pessoas são más, etc. é mais fácil de observar-se. Tanto os Eus felizes quanto os contrariados são susceptíveis de erros e mudanças até radicais, pois não possuem força para se manterem sempre na mesma disposição. Se isto fosse possível, qualquer pessoa poderia falar: daqui para frente não ficarei mais descontrolado e nem com raiva. Sabemos que isto é impossível na situação comum e mesmo aquele que faz um esforço de auto observação, também encontra dificuldade.
Quando estivermos observando toda a nossa situação interior: relaxamento, contrações musculares do rosto, ombros e acima de tudo os "pensamentos" de nossa cabeça, temos a possibilidade de apenas estar presentes naquela situação, sem querer mudar nada, apenas não expressando através da voz, movimentos etc. o que estava sentindo negativamente, podendo a partir daí ver em que situação estamos, nada mais além disso.
Como passar do tempo, talvez até anos, aqueles Eus se esquecem e são esquecidos, não as atitudes deles, mas o tipo de sentimento que proporcionam, seja gostoso ou ruim.
Como lembramos de nosso passado, achamos que somos sempre os mesmos e que também nossos gostos e quereres são iguais ao do ano ou mês passado. Isto ilude as pessoas que estão dormindo, pois se olham para o espelho, fotografias, etc. e não vêem mudanças físicas, esquecem que a psicológica é muito grande.
Quando percebemos que a pessoa está identificada, isto quer dizer que aquele nosso Eu está presente, contando algo de si mesmo, por isso é interessante fazê-lo falar e justificar ou querer dizer que é algo do passado, mas que na realidade está presente. Qualquer assunto em que puxarmos algo que pensamos, que passou, ele volta com toda a força até o ponto de se descontrolar totalmente e não poder fingir mais. Para que isto não aconteça, deve haver dentro da pessoa uma luta onde ela procurará se separar do que está contando como se estivesse falando de alguém totalmente desconhecido e que não está presente para interferir. Se a pessoa disser que não está pronta para falar ou fazer algo, significa que o Eu que está narrando é muito mais forte naquele momento do que os outros do T.G. Uma reunião não deve ser um lugar para se esconder, fazendo poses e caras de relaxamento. Deve ser descontraída e o mais importante é observar a si e também todos os presentes. Aquele que estiver se mexendo, alheio aos acontecimentos da reunião, distraído do que está sendo falado, como também o mais presente. Os nossos olhos devem ser soltos e suaves, sem contudo fixar em alguém ou em algum lugar. A raiva faz o olhar ficar fixo no chão ou em alguma coisa, podendo ser até a própria mão ou um simples coçar ou limpeza das unhas.
Estar presente é ver tudo que for possível, assim como tentar ouvir os sons em geral. Neste momento, observar-se e ver se não é algum Eu identificado com a presente reunião ou se estamos por trás, vendo-o (o EU) também, junto com os das pessoas. Mesmo falando, permanecer nesta situação de atenção em tudo e em todos.
Numa situação dessas, de presença, podemos dizer: Eu sou, isto que sinto, Eu quero ficar controlado e Eu posso, pois estou conseguindo o meu intento neste momento. Fora da reunião é um pouco diferente, mas segue o mesmo princípio de auto-observação.

13/07/2009

domingo, 6 de novembro de 2016

RETRUCAR É DORMIR

Num grupo com todos dispostos a acordar existem momentos que um ou outro está dormindo, isto é, distraído. O despertador são os exercícios que devem ser feitos nos momentos oportunos  que pode não coincidir com os exercícios da semana ou obrigações, devemos estar muito atentos para não julgar com o CE qualquer ato dos companheiros, digamos que um durma num determinado momento ou diante de uma determinada situação constante, devemos nos observar e não deixar de forma alguma que qualquer ato de nossos companheiros crie animosidade por mais errado que o companheiro esteja devemos procurar perguntar porque fomos atingidos por um ato externo e trabalhar nele procurando com as nossas atitudes alertar quem está mais dormindo. Qualquer sentimento passa a ser errado quando é uma emoção negativa, mesmo que para a vida comum estamos corretos.
O Grupo como um único corpo não existe parte inútil, todos devem ter como objetivo não dormir para poder ajudar quem naquele determinado momento esteja distraído. Alguns são bons em movimento; outros são bons na parte teórica; outros com a disponibilidade pessoal, portanto devemos procurar em nós partes que nos enfraquecem com ao atos dos outros companheiros, pois é nesse ponto que devemos trabalhar. Qualquer fraqueza de uma pessoa do grupo é motivo do grupo todo fazer exercício para não ter aquele tipo de distração. Quanto menos formos atingidos melhor podemos trabalhar e assim trazer uma mudança para todos.
Existe a passividade e a indiferença, devemos saber bem a diferença dessas duas coisas, a passividade é não reagirmos diante do que vem externamente e a indiferença é não darmos valor ao Trabalho e deixar tudo acontecer sem nos importarmos com nada. Quando alguém do grupo persiste em determinadas mecanicidades devemos mudar a tática de observação para não criar cisão entre os membros, se observarmos erm nós algo que continue com as mecanicidades e erros dos outros, devemos lembrar que pelo mesmo tempo a pessoa também está dormindo, se uma pessoa está completamente distraída e essa distração nos traz incômodo toda vez que ela aparece, significa que existe algum ponto dentro de nós atingido e fraco que pode crescer se não observarmos. Isto não significa que devemos ser indiferentes com os acontecimentos, as atitudes de cada um do grupo para a melhoria de cada um dos participantes não deve ter limite, mas o cuidado deve ser em não ter emoções negativas. A pessoa pode falar, agir, comentar de qualquer forma, contanto que não afete a amizade e a união do grupo, pois no momento em que isso for introduzido deve ser combatido com todas as forças possíveis por todos do grupo, assim como todos do grupo devem observar e agir para não deixar nenhum do grupo cair no sono profundo que nada mais é do que “sou assim mesmo”, “ninguém tem que ver nada com isso”. O objetivo é criar uma força com cada um pois a energia de um grupo pode ser maculada se um dos que pertence a essa força se ausentar dos esforços de evolução. Quem está errado deve aceitar a correção de quem está vendo esse erro, principalmente se for mais de duas pessoas, pois  essa regra é aplicável em todos os níveis de evolução, é um grande erro pensar que está certo, quando mais de dois falam o contrário, mas três também podem errar num grupo de 12, então deve haver uma reunião onde o tema da fraqueza deve ser estudado, debatido abertamente e ao terminar a reunião ter o consenso do que deve ser o certo e a pessoa que antes estava errada deve falar a viva voz (pra todos) que fará todos os esforços possíveis para não cair naquele tipo de mecanicidade e pedir para todos observarem quando esse tipo de manifestação funesta aparecer, pois num grupo o erro de um é de todos.
A pessoa pertencendo a um grupo não deve ter individualidade mecânica. A individualidade consciente é não dormir junto com os outros. Quando um grupo aliena alguém por achar impossível a sua mudança, significa que a pessoa não pertence ao grupo, então a pessoa por si atrai forças que a tiram do grupo sem que ninguém precise falar nada, se alguém não está disposto a dar sua vida pelo grupo, não pertence ao grupo. Existem forças muito acima da humana, tanto do bem quanto do mal que fazem um grupo de fortalecer cada vez mais se tornando insuportável para quem não quer evoluir. Quanto mais forte for um grupo, mais difícil é de se ficar nele pois as forças que regem a imortalidade vem de uma distância e de uma vibração tão intensas que evoluir é sofrer como também se extasiar diante da imensidão de tudo que existe e a tristeza de ver quão pequena é nossa capacidade de compreensão e de consciência.

O homem não nasceu para ser carne, muito menos viver de fantasias que parecem realidade, aquilo que nós sentimos como liberdade é a possibilidade da verdadeira união,  pois quanto mais forte e mais consciência  tiver uma pessoa,  menos dúvida tem da sua própria fraqueza.

domingo, 23 de outubro de 2016

ALIMENTAÇÃO

Existe, como sabemos, a necessidade da transformação de elementos para nosso corpo denso poder se manifestar como vida orgânica e através do calor (fogo) e o dissolvente, água em equilíbrio em nossa máquina corporal e o C. Instintivo recebe o 1º alimento através da boca e aparelho digestivo, junto com o circulatório e respiratório, tem a possibilidade de transformar estes alimentos orgânicos (legumes, carne, frutas, etc.) em energia para nossa vida comum. Esta transformação orgânica se dá automaticamente, sem a necessidade de interferência nossa mesmo no estado de sono estaremos transformando essa energia alimentícia em força muscular, emocional e intelectual, mas esse processo não se dá sozinho, existe a 2ª fonte de alimentação, também é um conjunto que faz parte dessa transformação que é o ar que respiramos, que também funciona sem a necessidade de nossa interferência e completando a 3ª fonte de alimento que é a mais importante de nossa vida que é as impressões que recebemos em todo o nosso corpo. Estas impressões vem através do calor, Luz, sons, tato, sensação e outra influência não perceptível pelo homem como de cima para baixo a Lua, de baixo para cima a Terra, da atmosfera lateralmente e de forma global dos planetas e filtrada das estrelas através do Sol.
Sabemos que nossa barriga e pulmões tem uma capacidade limitada de receber esses alimentos e se por um acaso receber mais pode causar um desequilíbrio e prejudicar nossa saúde, tanto em demasia como falta.
A única fonte de alimentação que podemos interferir são as impressões que recebemos através dos 5 sentidos. Assim pode ser aumentada e transformada de material grosseiro (orgânico) em mais fino como sentimento e pensamento que conhecemos com consciência.
No momento em que recebermos as impressões e não interferimos, uma parte dessa energia fica para nossa vida comum, o restante se escoa servindo para pra outras fontes de vida que não são a nossa e que tem interesse que a ajudemos para próxima evolução como a Lua e muitos outros seres que o homem não sabe de sua existência. A energia que deveria se transformar em consciência se escoa pela distração das pessoas quando elas ficam contraídas, gesticulando, com imaginação na cabeça e o pior de tudo, contrariada, com raiva, etc.
Esses momentos que deveriam se transformar em consciência para a formação de mais um corpo se perdem. Se uma pessoa que está acampando deixa a barraca suja sem limpar ou arrumar está distraída, errou. A outra entra na barraca e a vê naquele estado, se ela não fizer nada e for se queixar também errou na sua distração, as duas estão iguais, dormindo. Se tiver uma outra atitude e arrumar a barraca se observando, verá alguns eus que discordam daquilo, se não se manifestar se transformará em consciência de si e todo aquele ato será apenas uma lembrança, mas se não esquecer e ficar falando para a outra, fez tudo na distração, então aquilo renderá muito tempo, enquanto a pessoa estiver se queixando estará errada, dormindo em algo que já passou e continuará sendo alimentada pela fantasia de sua cabeça que continuará se queixando até a pessoa acordar para o que se passou.
A perda de energia não é momentânea, ela pode perdurar por dias, até por anos. É comum a pessoa dizer: você lembra o que você fez comigo? Eu ainda não esqueci. Ou pior quando diz: eu não consigo esquecer isto!
Este tipo de fantasia podemos chamar de mágoa, que é muito parecido com ódio. Não podemos confundir com lembranças que não tem maus sentimentos, podendo até ser comentado em um tom de brincadeira sem nenhum rancor ou mágoa.
Os alimentos que usamos para a nossa evolução não são prejudiciais a nossa vida, mas sim a maneira de transformá-los.

domingo, 9 de outubro de 2016

VONTADE E DESTINO


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O homem comum não tem vontade, pode ter desejos e muitos pequenos desejos,que ele os classifica como vontade. Nós temos que conhecer o que é desejo e o que é vontade. Muitas vezes fazemos coisas que não são frutos da nossa vontade, mas de outra pessoa. Os desejos não necessitam de nenhum ou quase nada de esforço, acontecem e desaparecem sem nada deixar para trás. Uma pessoa deseja treinar Karate ou Judo e inicia os treinos, isto é, foi levado pelos seus desejos de auto- defesa, ginástica, etc...quando começa a aparecer obstáculo, esta pessoa falta aulas, vai se afastando até que para de lutar, sempre dando uma desculpa qualquer, até razoável.
No trabalho de Gurdjieff isso é igual, uma determinada pessoa começa muito bem fazendo os exercícios, relaxamento, etc. Mas gradualmente começa a fraquejar, falta sempre que algo acontece, contrário aos exercícios e frequências que normalmente teria que ter. Uma pessoa que só tem desejo não tem um destino que o homem deveria ter, isto é, força suficiente para criar um equilíbrio e um corpo ou mais para ter uma evolução certa. O homem comum com seus múltiplos desejos não tem capacidade de armazenar quantidade de energia suficiente para sua imortalidade. Ao iniciarmos, por exemplo, um aprendizado que não seja necessário para se ter uma vida normal requer um esforço que pode se tornar uma vontade. Quanto mais obstáculos uma pessoa vencer para alcançar seus objetivos, mais perto estará da vontade. Por exemplo, uma pessoa se esforça enormemente para adquirir estabilidade financeira ou riqueza ( poderá até parecer que isto seja uma vontade por enormes sacrifícios de saúde  e tempo em sua vida ) mas se olharmos detalhadamente veremos que todo seu esforço nada mais serve do que satisfazer seus pequenos desejos.  Seus esforços são puramente mecânicos e com isso ele segue seu destino comum a todos, isto é : comer, beber, transar e morrer, nada mais que isso.
O homem que se determina a se aperfeiçoar em qualquer arte marcial ou plástica estará perto de alcançar um outro tipo de destino, diferente totalmente do homem comum. Se para isto ele tiver que aperfeiçoar seu sentimento, pensamento, e atitudes, nunca sozinho, sempre dependendo de outras pessoas, por menor que seja seu esforço, o armazenamento de sua energia o conduzirá a uma nova compreensão da vida e com isto a algo dentro de si.  Não terá destino comum. Gradualmente ele se afastará de tudo que o prejudique a alcançar seu objetivo ou sua meta. Na verdade o destino do homem não é fazer parte do destino geral da natureza, pois isto não consideramos como evolução. O enorme desperdício de força que temos durante a nossa vida faz com que só vivamos para satisfazer desejos descontrolados que não nos leva a nada. Seremos como pó soprado pelo vento. Qualquer pequena mudança e seremos levados de um lado para o outro. Basta uma pessoa fazer qualquer coisa por mínima que seja, se a pessoa não tiver na vontade ela esquecerá imediatamente sua meta e até seus objetivos imediatos cairão por terra. A importância da imortalidade será esquecida nas suas manifestações de raiva e vingança que terão mais importância do que todo esforço acumulado em seu trabalho sobre si mesmo. Esta pessoa não tem um destino, terá apenas fatores que determinarão seu vai e vem nas distrações e mecanicidades.
Há um destino que podemos chamar de geral, por exemplo, uma pessoa sempre foi correta e trabalhadora, nunca foi negligente com a família e de repente a filha morre, sua mulher fica doente e o mal lhe cai sobre a vida. Isto tem a ver com seu destino de renascimento. São coisas que devemos passar na vida para adquirir experiência e acordar. A insatisfação do cotidiano sem um objetivo de evolução, leva a loucura e desequilíbrio. As pessoas vivem para a vida da terra e não para elas. Cada pessoa tem os objetivos de equilíbrio e satisfação social. encontrar alguém, casar, ter filhos, trabalhar, colocar os filhos para estudar e etc... e com isso sua vida vai passando e sua chance de evoluir na vida também. O mesmo acontece com a sua família, vivem para esperar a morte ou uma festa de aniversário e etc. Sempre esperam algo do nada apenas para sua satisfação pessoal que a sociedade criou. Esperam que a morte chegue e termine como a festa.
  

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

CONSIDERAÇÃO EXTERNA

Sabemos que existem três linhas de Trabalho :
  • 1ª LINHA: Sobre si – onde a pessoa tem que se conhecer e se sacrificar para aceitar as partes mecânicas e de sonho que existem em seu ser. Deve fazer tudo para ver o funcionamento de seu corpo psicológico. São pessoas que freqüentam as reuniões como Grupo 2, a sua obrigação é não faltar as reuniões e tentar a todo custo entender o que faz e porque faz. Normalmente são pessoas que obedecem as ordens do grupo com limitações de sua vida particular, como: serviço, lazer, praia, mamãe, papai, ovo da páscoa da filhinha, ensaios,e etc. O social predomina em sua vida e o Trabalho de Gurdjieff é apenas um conjunto de momentos de reuniões e novidades espirituais e psicológicas que são interessantes de se fazer, mas que por qualquer motivo pode faltar. Qualquer desculpa é aceitável. O Trabalho de Gurdjieff é mais um afazer de sua vida comum, a qualquer hora pode parar, GRUPO 2.
  • 2ª LINHA: É um outro nível de compreensão, o grupo já é importante para sua evolução, a pessoa começa a entender que sem o grupo nada pode ser feito. Então o valor que ela dá a si mesma, dá também para o grupo, a sua observação de si, também é dirigida aos companheiros de trabalho e a falha de cada pessoa do grupo é também sua. Então seu esforço para acordar é levada pelo interesse de que seus amigos também acordem, para não deixá-lo dormir.

Aqui começa aquilo que chamamos de  Consideração Externa, enquanto a Consideração Interna é pensar e fazer tudo somente para si mesmo, sem pensar no outro. A Consideração Externa é ajudar quem dá oportunidade  de evoluir o nosso nível de consciência, o grupo.
Qualquer pessoa que entre no Trabalho de Gurdjieff tem obrigações a cumprir como vir as reuniões, pagar mensalidade, gastos do grupo, fazer exercícios em grupo, movimentos, trabalhos artesanais, mutirões, etc. Tudo isto é apenas TRABALHO.
A CONSIDERAÇÃO EXTERNA começa no rastro do tigre. Uma manada de porcos ao passar pela floresta faz barulho, vai comendo e destruindo o que não come, deixando atrás de si uma grande marca de sua passagem pelo local, com sobras de comida, escavações em vários lugares, etc. Qualquer um sabe que por ali passou um porco, até de longe dá para se ver.
O Tigre, mesmo caçando um animal e o devorando, não deixa marca, nem o sangue do animal fica no chão. Onde ele passa nem barulho se faz nas folhas secas em que pisa, ele tanto se aproxima e se afasta sem que ninguém o note, somente se estiver igual a ele. Esse cuidado e rastro do  tigre é que uma pessoa com um nível de atenção bom tem que deixar. Esse é o rastro do Tigre. Se não conseguir melhorar por onde passa, não piore.
A marca de um homem de conhecimento é acima do rastro de um tigre, pois ele melhora por onde passa. O porco estraga por onde passa, o Tigre já não estraga e o homem de conhecimento, melhora. São 3 níveis diferentes. Vamos dar um exemplo de uma sala onde todos dormem. Ao se levantar pode não arrumar nada e qualquer um que ver, saberá que ali dormiu alguém, rastro do porco. Se uma outra pessoa arrumar tudo e deixar como estava antes, é o  rastro do Tigre.  Até aqui isso é Trabalho de Gurdjieff, nada mais do que isto. Agora se a pessoa além de arrumar e deixar como estava, der uma limpeza, fazer um café, uma vitamina, para quando o dono da casa se levantar e encontrar a casa arrumada, varrida, isto não seria necessário, não faz parte do porco, nem do Tigre, não é consideração Interna , é aí que entra a 3ª Linha de Trabalho.
  • 3ª LINHA: Consideração Externa. No primeiro Nível a pessoa estava atenta, se observando, observando seus movimentos e tensões musculares e ouvindo os sons exteriores. No segundo além de tudo isto, lembrou-se do local como estava antes, observou-se e também viu fora de si e assim foi mais completo. No Terceiro caso fez-se uma projeção para o futuro e qual e a sua colaboração para isto com outras pessoas. É o nível máximo de observação do trabalho sobre si normal, é o rastro de um homem de conhecimento, busca, mago, etc. que se fez presente. Esta atitude leva a pessoa a ter a possibilidade de fazer um outro tipo mais elevado de Observação de si, o de aperfeiçoar as atitudes para aprender a construir algo além de seu próprio limite. O aprendizado na construção  de outros veículos ( corpos ) se inicia num simples mutirão, cozinha, movimentos, etc. Apenas se observar sem nada fazer é o início de um processo de auto-conhecimento para poder colocar em funcionamento a máquina de nosso corpo que nos é conhecida. A medida em que começa a ampliar este tipo de observação exterior, o praticante pode fazer ou ter atitudes completamente desconhecidas para um observador comum, se preparar para algo que vai acontecer no futuro e quanto mais longe uma pessoa consegue prever um acontecimento, mais acordada está. E este nível de atenção pode ser em qualquer momento da vida, desde um simples almoço em grupo numa mesa ou até numa grande construção, onde cada um deve saber qual é o seu lugar e o que deve fazer, para participar ativamente em qualquer situação.

A presença de uma pessoa acordada é o nível de sua atividade nos acontecimentos em seu redor. Quanto mais participativo uma pessoa, mais acordada naquele momento.
No Trabalho de Gurdjieff ninguém é obrigado a nada, mas o que diferencia uma pessoa de outra é o seu nível de disponibilidade, seu nível de esforço de trabalho, seu nível de observação e seu nível de consideração externa. Repito: No Trabalho de Gurdjieff ninguém é obrigado a nada. A pessoa pode não fazer o que lhe é determinado, mas isso já é um indício de que ela não tem nível de Grupo 1. As pessoas do Grupo 1 são diferentes das outras, porque elas sabem o que tem que fazer, as do Grupo 2 nós temos que pedir e não brigar caso não façam.
O porco está fazendo por obrigação, é o egoísta, só pensa nele e nos seus.
O tigre está fazendo porque é do Grupo 1, sabe que tem trabalho a ser feito para o grupo e o faz.
O mago (ou a bruxa) está fazendo numa preparação para o futuro, faz sem esperar nada em troca, faz o bem por fazer, pode ser considerado Grupo Zero-zero.
Por isso é sempre importante lembrar que uma pessoa pode ser tigre numa determinada situação, bruxa em outra e porco em outra. O que estamos buscando nesse Trabalho de Gurdjieff é fazer com que todos os Eus estejam unidos no propósito de ser um homem de conhecimento ou uma bruxa, que faz parte do Grupo OO, pleno de Consideração Externa.
( Texto lido pelo G1 no dia 31 de março de 2004)


segunda-feira, 12 de setembro de 2016

ESFORÇO SOBRE SI MESMO

Em nossa situação nos defrontamos com a possibilidade de uma revolução interior que pode mudar nosso nível de Consciência.
Como sabemos, as pessoas independente das religiões que seguem ou do modo que vivem podem estar na situação da terceira Consciência (Sono com Sonhos) na hora que estão dormindo na cama. Ao despertar passam a condição de Sono Desperto ou Vigília, que também consideramos como dormindo. Ao levantar de manhã, parte para as tarefas diárias tratando as pessoas bem ou brigando, sofrendo ou sendo felizes, e assim vão até a hora da morte . Tudo ao seu redor acontece não pela sua Vontade, pois não a possui. São fatos que acontecem, como a chuva caindo ou um vento soprando.
Um homem pode desconhecer quase que totalmente seu interior e não possuir nenhum Trabalho interno. Somente em situações fortuitas de perigo ou susto é que podem dar uma acordada por alguns segundos, mas em seguida voltam a dormir, vociferar, xingar e tudo volta a ser como antes (ao estado de Sono Desperto).
Quando fazemos um esforço interno ao nos observar, temos a possibilidade de uma mudança do nível de consciência. Ao perguntarmos a uma pessoa se ela está se observando, ela falará que sim e que conhece a si mesmo. Sabemos que isso não é verdade pois os cinco centros inferiores trabalham desequilibrados. Mas isto é uma grande fantasia que mantém os homens dormindo, achando que estão acordados. Um homem pode estar corretamente fazendo um serviço ou estudo e estar completamente dormindo sem que ninguém perceba. Mas uma pessoa que faz a Observação de Si como um Trabalho, sabe que existem vários Eus diferentes no seu interior e que seu corpo funciona independente da sua vontade.
Quando estamos fazendo um Trabalho de grupo com uma tarefa designada, percebemos que mesmo querendo estar com Consciência de Si, atentos, nos pegamos na situação de sono, e imediatamente tornamos a fazer um esforço para nos mantermos no estado de Consciência de Si. Essa situação é facilmente percebida por um Grupo de Trabalho que queira despertar. Pois ao fazermos os movimentos do Centro Motor, isto é, ao dançarmos as Danças Sagradas, percebemos a interferência do Centro Intelectual e até do Centro Emocional, quando a pessoa acha ruim consigo mesma ao errar, e isto significa um desequilíbrio interior  no funcionamento dos centros. Se a pessoa deixar seu centro motor livre poderá sentir como ele funciona, em qual região ele interfere ou não, além de perceber a força que circula entre o grupo.
Ao fazermos o MOKUSÔ, nos posicionamos em uma situação favorável de sensação do corpo e funcionamento dos centros, até do centro motor, que não satisfeito com a imobilidade tende a se mexer ou arrumar-se constantemente. Os vários Eus vêm e vão nos distraindo no momento presente. Se contudo mantivermos esse estado de Observação de Si, a energia que acumulamos através de nossa vontade, se transformará em momentos de Consciência que um dia poderá ser um corpo existente, independente das funções do Centro Instintivo.
Todo esse esforço para mantermos  uma atenção que sabemos ser a terceira forma de alimentação, é uma forma efetiva de transformação de energia. A nossa Essência dificilmente se manifesta sem que tenhamos um Trabalho nesse sentido pois o aprendizado oral é apenas guardado pelo Centro Intelectual, fortalecendo nossa Personalidade e não aumentando nosso estado de Consciência que só terá um crescimento através de um  esforço sobre si mesmo, que possibilite o aumento da Essência.
As influências que recebemos: A, B e C, podem se tornar algo de bom se não desperdiçarmos nossos momentos sem a devida Observação de Si.
A mecanicidade de nossa vida, a um nível humano, está debaixo de 48 leis e até de 96 em certos casos. Mas, no momento em que nos posicionamos observando simultaneamente nosso interior e exterior, estamos debaixo de 24 leis. Como não conseguimos nos manter por mais de alguns minutos, voltamos a ser mecânicos novamente até um dia que poderemos manter um estado de Consciência de Si.
Esse estado de Consciência de Si pode ser obtido através da prática de diferentes Escolas: Faquir ( através do sacrifício do corpo físico ), Yogue ( através da meditação ), Monge ( através da fé ) e o 4o  Caminho ( através da Observação de Si ). Nós , entretanto, seguimos o 4o Caminho que é um esforço dentro do dia a dia, na peleja da vida.
É um tanto difícil pois nossos companheiros nem sempre estão ao nosso lado e nos identificamos principalmente com as influências A (no serviço, na escola e até na família). Pois na peleja para mantermos nosso nível social equilibrado, esquecemos nosso objetivo de Consciência e a firmeza que temos que ter ao fazer os exercícios diários. Perdemos até na maneira de conversarmos pois achamos que possuímos dons e capacidades que na realidade não possuímos, como Amor, livre-arbítrio e autocontrole.
Aqui vemos a dificuldade que temos em fazer simples tarefas interiores e exteriores. Constatamos fatos no nosso dia a dia que comprovam nosso estado de sono, mas temos a possibilidade de gradativamente perceber como funciona a nossa máquina, que é o nosso corpo.
O nosso nível de conhecimento da nossa máquina determina que tipo de homem somos. Para mudarmos temos que nos colocar em situação de Trabalho Sobre Si, que é a forma de armazenarmos energia em forma de Consciência (Luz) e essa energia não depende das funções do nosso corpo, que é a vida na matéria. Após a cristalização dessa energia o homem adquire aquilo que se chama imortalidade e passa a sua existência a nível planetário e com a continuidade a nível solar, e até mais.
No nosso Trabalho temos como meta o aumento de nossa Consciência que só é possível dentro de um esforço em todos os sentidos.
Primeiro sobre nós mesmos, para nos conhecermos pois o nosso funcionamento interior é exatamente como uma máquina e as nossas atitudes externas podem ser corretas socialmente , mas estarmos em condição bem inferior em relação ao nível de Consciência superior que devemos alcançar.
Segundo, é o Trabalho em grupo para podermos ver através de um esforço coletivo as nossas próprias fraquezas (orgulho, ciúme, vaidade, etc ...) que é mais facilmente visto no próximo do que em nós mesmos, mas o objetivo é verificar o que nos atinge sem julgamento e sem preconceito, de uma forma bem interior na observação das próprias fantasias e sentimentos.

Terceiro é o Trabalho para todos, independente do grupo a que pertence, e isto não é uma ajuda externa, mas comportamental onde temos a possibilidade de um dia termos aquilo que chamamos de Amor, sendo somente possível para quem tem um equilíbrio interior,  conhecido como Paz, onde o alcançaremos com o aumento de nossa Consciência , sendo a Luz que guiará a nossa vida.

domingo, 28 de agosto de 2016

A MORTE INTERIOR

Sempre lemos e ouvimos que temos que renascer para poder ter uma nova vida. As pessoas pensam que este renascimento é apenas uma mudança de habito, isto é um engano. Uma pessoa pode simplesmente deixar de beber, jogar, e até usar roupa diferente, que a sua compreensão será a mesma interiormente, seu destino como homem apenas satisfaz o mundo exterior. Na verdade nada em si mesmo mudou, ele pode até trocar de amigos e frequentar lugares diferentes que será o mesmo homem. Em nosso trabalho a mudança é interior, e não exterior. Por isso que falamos que basta pensar para errar, mesmo que não façamos o que estamos pensando.
Uma pessoa comum que desconhece o que seja estar dormindo se estiver num sono dentro de um bar ou de uma igreja é a mesma pessoa, pois não sabe o que faz nem em um lugar nem em outro. Se é distraído continuará assim, se for nervoso mesquinho medroso e etc continuará do mesmo jeito. Em nosso trabalho como vivemos no mundo e nele trabalhamos, os nossos hábitos podem até mudar mas esta mudança é um reflexo de nível novo de consciência que o homem tem possibilidade de possuir. Para isto a observação de si é imprescindível, não há outra maneira de se mudar se não aceitarmos que não nos conhecemos e que pouco vemos de nós mesmos. Para isso tem que existir a todo momento a observação de si. Normalmente gostamos apenas de observar aquilo que consideramos como defeitos ou fraquezas, é um engano pois tudo que somos é fruto de uma percepção limitada e se quisermos evoluir temos que começar a colocar em duvida tudo que existe em nossa vida, todos os valores gostos, costumes, posturas e etc. Aquilo que achamos ser mérito, como também os momentos que nada estamos fazendo, até se estivermos quieto sentados sozinhos em uma cadeira é o momento de ficarmos em alerta, pois o que somos é a limitação de nossa consciência, estado de vigília.
Em cada situação de nossa vida, com nosso sentimentos, duvidas, prazeres, tudo enfim deve ser observado como algo estranho. Esta observação deve seguir em principio três degraus:
O primeiro a sensação do corpo, parcelamento ou completo, sem isto nada estamos fazendo por nós mesmos.
O segundo degrau é não aceitar nossas próprias conclusões de compreensão e aquilo que nos vêem como entendimento, não é nosso é apenas um eu do momento, e ele pode em seguida não estar no momento seguinte, por mais claro e obvio que estivermos vendo e entendendo algo, é apenas compreensão do momento, portanto devemos esperar observando sem julgamento e decisões momentâneas.
O terceiro degrau é esperar o sentimento do momento passar e observá-lo com algo impossível de mudar, apenas podemos contê-lo para não se manifestar e se caso for algum ato de carinho ou elogio, verificar intelectualmente porque estamos agindo daquela forma e se for algum tipo de emoção ruim, prendê-la. Digamos que emoção negativa é todo ato que vai levar alguém a se contrariar, ofendendo ou entristecendo quem for alvo desta emoção, mesmo que tenhamos razão não temos o direito de dormir e atacar alguém pelo nosso descontrole interior.
Ao passar por estes três degraus o tempo nos trará uma experiência de como funciona nosso aparato receptor que é nosso corpo e desse modo teremos a chance de mudar nosso nível de consciência trazendo com este esforço algo o que precisamos para morte daquilo que hoje somos dentro de nossas percepções pessoais.


domingo, 21 de agosto de 2016

LIMITAÇÕES

O homem possui limitações, mas se considera ilimitado. Em nosso Trabalho nós devemos estar atentos para perceber quando chega o momento de nossas limitações. Nós temos limitações em todos os centros, incluindo nosso próprio corpo, mas desconhecemos. Então há uma necessidade grande do homem conhecer  suas próprias limitações, mas através de si próprio é impossível. O homem só conhece suas limitações num grupo quando está sendo dirigido por alguém .
Então nós temos nossas limitações físicas , isto é, do corpo planetário, um homem não consegue, sem treinar, fazer uma quantidade de exercícios que lhe seja imposto se não estiver preparado para isto assim como o homem não consegue manter a sua atenção por um tempo se não estiver treinado para isto. Isto também se prolonga às limitações em nossas atitudes, mesmo estando com atenção quando recebemos uma ordem. A pessoa pode ter uma limitação interior de compreensão, então a ordem pode ser iniciada mas não completada. Como o Eu desconhece suas limitações, ele se acha capaz de fazer tudo o que lhe é imposto, mas quando se inicia, ele vê que não é capaz disso. Quanto mais esforço o homem faz para ampliar o seu nível de limitação,  mais rápido ele está indo na direção da consciência. Por esse motivo nós devemos a todos os momentos de nossa vida estar numa luta constante para manter o nível de atenção o mais alto possível pois vamos com isso conseguir manter a atenção a um nível desejado para o Trabalho. Não devemos ter como desculpa o cansaço, deixar para depois, pois por mais esforço que façamos vai chegar num ponto que o nível de atenção vai diminuir  mecanicamente. As mudanças de exercícios semanais são com o objetivo deles não se tornarem mecânicos e temos, em várias oportunidades durante o dia, de fazermos o que nós pudemos lembrar no momento.
Vamos dizer que fazemos uma proposta a nós mesmos de que naquele dia contaremos todos os passos que vamos dar e marcamos num papel e sentimos a perna ao contar. Aí estará um treinamento para a vontade assim como para a lembrança. O homem do Trabalho dificilmente conseguirá manter isso apenas por um dia, mas isto não deverá ser motivo de amargura ou tristeza pois esta é sua limitação que poderá até ser marcada numericamente. Veremos que muitas pessoas terão facilidade nesse tipo de limitação mas se pusermos outra limitação como, por exemplo, toda vez que sentar manter uma determinada postura, ele perceberá que algo em si cansará, que não é seu corpo físico, aí estará sua limitação. A limitação não é cansaço, é impossibilidade de fazer o que se quer. Cansaço é outro detalhe. O homem número 4 tem muitas limitações mas não é igual ao homem 1,2,3. O homem 4 percebe as suas próprias limitações. O homem sem limitações será o homem completo. Tudo o que ele faz é capaz de concluir. Vamos dizer as limitações de cada centro:
  • Centro Motor: pode decorar e guardar uma série de movimentos mas ele está limitado a um tempo.
  • Centro Intelectual: pode estar limitado a uma série de lembranças quando passa daí, só através de um treinamento para ficar na memória.
  • Centro Emocional: só gosta da pessoa até um ponto, em outro ponto passa até a odiar. Se a pessoa fizer algo contrário a aquilo que se espera, imediatamente deixará de gostar da pessoa e o tratará como inimigo. Até seus próprios movimentos serão diferentes. Devemos colocar muita atenção nessa parte emocional pois quanto mais gostarmos de uma pessoa, mais aceitamos os erros dela. É através dos erros das pessoas que gostamos que vemos os limites dos nossos sentimentos. Quanto mais pessoas gostamos, mais alto é o nosso nível de ser.
  • Centro Sexual: Devemos também tomar cuidado com as limitações do CS pois existe uma série de fatores que levam a essas limitações. O CS se limita quanto a sensação durante o ato e não na quantidade de vezes ou no prolongamento do tempo. Por exemplo: um casal tem um relacionamento (pode ser rápido ou demorado) e ter um alto nível de sensação e um outro casal ter muito mais vezes e ter  um baixo nível de sensação. Aí está a limitação do CS e não a sua potência, virilidade ou outra coisa.
  • Centro Instintivo: As limitações são quase que desconhecidas pelo homem. Pois sendo um dos centros mais antigos possui uma gama quase que ilimitada de percepção, que o homem por estar desatento não usufrui dela e muitas delas foram perdidas pelo mau uso: Visão, Audição, Paladar e Tato.

Ao nos observarmos devemos aceitar essas limitações como algo a ser mudado e ao nos entregarmos a um esforço devemos não aceitar aquilo que nos vem como compreensão do CI e pensarmos que o corpo existe  para ser sacrificado fisicamente para podermos alcançar um nível diferente de consciência além dos prazeres que ele nos traz na sensação dos 5 sentidos. Ao nos depararmos com aquelas vozes de lucubrações conhecidas, como: “Estou cansado”, devemos enfrentar esse fato como um desafio a ser vencido pelo Eu interior que é muito superior a todos os fatos de fraqueza que são apresentados durante a nossa existência. Desconhecemos quase que completamente nossas próprias capacidades e só através de sacrifícios constantes daqueles momentos que achamos que são gostosos e bons para poder aumentar nossa própria capacidade, tanto perceptiva como de consciência, devemos nos separar totalmente dos impedimentos que vão surgindo no decorrer do Trabalho sobre si . Esses impedimentos podem ser sociais, de comportamento perante nosso serviço, família ou interior (no abandono para a morte daquilo que deve permanecer como uma atenção de nós mesmos).
Existem alguns fatores que não devemos confundir com limitações, que são os impedimentos. Uma pessoa pode ter capacidade de correr 5 Km, mas no dia que vai correr machuca o pé e não consegue correr nenhum Km. Foi um impedimento, não uma limitação. Uma pessoa ouve uma palestra e não guarda nada do que foi dito, isto é uma limitação e não um impedimento. Uma terceira pessoa está gripada e a gripe traz uma sonolência a impedindo de por atenção no que foi dito, isto é um impedimento, não uma limitação. Outra pessoa coloca toda atenção na palestra, relaxa o corpo, procura ficar presente e não lembra de nada, isto é uma limitação.


domingo, 14 de agosto de 2016

O Homem do Trabalho

                                              
Quando uma pessoa se observa nada mais faz do que sair das influências inferiores que está habituada a viver para como observador entrar debaixo de menos leis e assim sucessivamente de acordo com seu próprio esforço não sendo atingido pelas leis de que ele esta observando.

Nós que pretendemos um dia fazer parte do verdadeiro Trabalho de Gurdjieff devemos gradativamente esperar dentro de uma observação imparcial a mudança de nosso ser sem deixar que haja interferência de leis inferiores (força lunar) que tem o seu poder sobre aqueles que não se esforçam pela própria evolução e seguem a evolução geral terrestre  que é um tempo incomensurável em relação a evolução que procuramos portanto não consideram mos como evolução, a qual classificam como “vontade de Deus”.

domingo, 7 de agosto de 2016

PENSAMENTO E SENTIMENTO

O homem como uma máquina que possui três cérebros se engana quando julga a si mesmo com base naquilo que pensa ou sente, pois estes são dois fatores que raramente acontecem. Normalmente dentro da  cabeça do homem existem oitenta por cento de fantasia e vinte por cento de distração, e quando lhe é solicitado um pensamento, ele se atrapalha e não sabe o que fazer, dá uma desculpa e pára. Vamos dar um exemplo: uma pessoa está esperando um ônibus no ponto, dentro de sua cabeça ele está fantasiando o que vai fazer quando chegar no serviço, pois nada daquilo realmente vai acontecer, as circunstancias vão acontecendo e dentro de suas próprias fantasias ele vai agindo de acordo com as conseqüências de fatores externos que o conduzem ao cumprimentar as pessoas, sentar no seu serviço, comer,  até voltar para casa, sem necessidade nenhuma de esforço do centro intelectual e muito menos do emocional. Não querendo dizer que estes centros não estão funcionando, eles estão, mas de forma completamente mecânica e sem objetivos conscientes. Ao se lembrar que tem que pegar uma caneta para escrever, simplesmente levanta e vai pegar, e se encontrar um amigo no caminho, sorrirá e passará por ele sem nenhuma atenção, não há necessidade disso. Se ele passar por uma pessoa que não goste, fingirá que não a vê, e dentro de seus sentimentos tudo mecanicamente continua acontecendo, e assim a vida vai passando.
Nós temos que nos observar para perceber que os nossos sentimentos existem por si, não dependem de nada de nosso  interior para a sua existência, mas para termos uma possibilidade de um dia ter um sentimento superior (amor), temos que primeiro nos observar e saber que tanto as nossas fantasias na cabeça quanto os nossos sentimentos no corpo não dependem de nossa vontade e sim dos acontecimentos externos que podem ser mudados por qualquer fator simples. No momento gostamos de uma pessoa e no momento seguinte podemos passar a odiá-la, esses sentimentos são puramente mecânicos e de um nível baixo de hidrogênio.
Fomos feitos para usar os hidrogênios superiores, porém o sentimento, por ser mais antigo nos domina em situações de raiva e fantasias sentimentais, pois confundimos o desejo de ter com o gostar . Quando sentimos um apego por um filho, neto ou parente, não devemos esquecer que este tipo de sentimento é de hidrogênios inferiores e pode ser mudado a qualquer momento. Observando o comportamento das pessoas, veremos que os sentimentos mudam de acordo com os eus, mas, que algo se conserva prendendo as pessoas em laços de sofrimento por fantasiarem que são obrigados a gostar desta ou daquela pessoa, esquecendo que existem outras milhares de pessoas que podem entrar em contato conosco e termos exatamente o mesmo sentimento, não querendo dizer com isso que gostamos mais desta ou daquela e sim que temos um tipo de sentimento dentro de nós.
Ao fazermos carinho em alguém, devemos simplesmente sentir, sem fantasiar, apenas observar e ver a satisfação daquele ato ou não, sem nenhuma exigência, apenas observar, a partir daí o relacionamento entre duas ou mais pessoas pode aumentar o nível pois não dependerá de fatores externos para sua existência e sim de uma condição de compreensão que é o nível de consciência. Quanto mais alto uma pessoa tiver o seu nível de consciência, menos emoções negativas se manifestarão em sua vida. Uma pessoa pode receber um tipo de influência no centro intelectual através de vozes de eus e não manifesta-la, fingir que ela não existe, se isso não for observado jamais mudará. Nós devemos em nosso trabalho, separar o que nós sentimos daquilo que entendemos, pois procurar uma explicação para um sentimento não é possível, pois um centro não fala a mesma linguagem do outro. Vamos dizer que em nossa cabeça achamos que uma pessoa é nossa amiga, pois, a muitos anos que a conhecemos e se criou uma história em torno daquele relacionamento, isto não significa que temos um sentimento superior em relação a uma outra pessoa que conhecemos a poucos dias, pois o sentimento é muito complexo em seu funcionamento, e não depende somente de uma observação.
Há três fatores iniciais no sentimento:

  • DESTINO: este é um relacionamento anterior ao próprio nascimento, é como uma recordação de um passado que não sabemos qual foi, mas que existe, e isso nem sempre é recíproco, quando acontece de ser recíproco é por quê há uma necessidade de uma continuidade de sentimentos independente das pessoas. Exatamente igual quando existe um sentimento de animosidade. A animosidade são fatos que aconteceram muito antes do nascimento, podendo ser até três a quatro encarnações antes, por esse motivo devemos combatê-lo ferozmente para encerrar esta etapa da evolução. Este é um dos motivos que Jesus disse : “Se amais os que vos amam, qual é a vossa recompensa ? Pois até os pecadores amam os que os amam. Se fizerdes o bem a quem faz-lhe o bem, qual é a vossa recompensa ? Até os pecadores fazem isto. E se emprestais àqueles de quem esperas receber, qual é a tua recompensa ? Amai porém os vossos inimigos.”
  • NORMALIDADE: Normalmente, nós temos um sentimento de desconfiança para as maioria das pessoas inicialmente, ao conhecê-las ficamos com o pé atrás, esperando algo de mal, até que a pessoa prove o contrário, se apresentando dentro daqueles esquemas que chamamos de bom amigo, que nada mais é do que uma exigência de que a pessoa fique na linha para ter a nossa amizade, que é algo falso e interesseiro, num nível baixo de sentimento. Esse tipo de sentimento é comum a qualquer homem normal na consciência de sono desperto. Na verdade, quando se tem uma “boa amizade” ao longo do tempo, significa que a pessoa possui os mesmos defeitos da outra e que os admira e os conserva como se fossem boas atitudes. Tem pessoas que por ter um sentimento irascível, também conhecidas como rabugentas, acabam na velhice levando um cachorrinho para a praia, pois é o único ser vivo que consegue aguentá-la, pois somente fica agradando, obedecendo e esperando carinho na hora que ela quer dar, o cachorro é um animal dos mais puxa sacos que existem na natureza, e quem gosta de cachorro gosta de ter o saco puxado, pois mesmo apanhando vem com o rabo entre as pernas pedindo mais carinho, e normalmente todos gostariam que os amigos fossem assim. Nós que estamos trabalhando para o conhecimento desta máquina em relação ao tipo de sentimento que temos devemos tomar muito cuidado com todos os tipos de sentimento, pois raramente temos algum tipo de sentimento superior, devemos portanto, imparcialmente, observar este sentimento que sai de uma mesma fonte e um mesmo tipo de hidrogênio, tanto o que sentimos em relação aos parentes próximos até os que discordam de nossa atitude, como patrões, vizinhos e etc... A maioria dos nossos sentimentos é baseada no sentimento mesquinho de ficar tudo bem, um empregado bem pago mesmo sendo mal tratado não se queixa de seu patrão, mas sabe que não gosta dele, ao fingir está dormindo pois tudo está acontecendo como se fosse chuva ou vento. Ao sentirmos uma atração, um desejo de querer agradar alguém não devemos impedir, mas sentir o corpo, olhar a pessoa e pensar, por quê sinto isso somente por essa pessoa, por quê por esse outro não sinto o mesmo, e ao abraçar o outro, devemos também procurar fazer a mesma pergunta. O toque físico é uma maneira eficaz de um equilíbrio sentimental, por esse motivo, casais que possuem algum relacionamento íntimo e ainda assim não possuem algo de sentimento mais elevado estão se masturbando com o corpo do outro e não sentindo o corpo do companheiro ou da companheira. Se cada vez que ao darmos a mão a uma pessoa ou um abraço, dermos uma parada interior e sentirmos o nosso corpo, passaremos a sentir o corpo da pessoa também. Por esse motivo há sempre um toque leve de preocupação quando pessoas de pólos contrários se abraçam, pois as pessoas não procuram entender este tipo puro de sentimento, podendo até se tornar ofensivo ou obrigatório nos casos comuns.

Fruto de um esforço pessoal na direção da consciência, é o HOMEM LADINO, tanto pega a cobra pelo rabo como a pomba pelo pescoço, e triturará os dois quando for necessário sem deixar a pomba voar ou a cobra morder. Isto que dizer: se eu souber que alguém não gosta de dar carona eu não vou pedir carona, se eu souber que alguém gosta de fazer comida gostosa, eu peço para alguém fazer comida gostosa. Não devemos exigir, com sentimento de nível baixo, que as pessoas sejam iguais as melhores partes que nós temos. No trabalho, aquilo que falamos, devemos sentir e seguir, pois um dia a nossa palavra estará dentro de uma força que o que dissermos poderá acontecer, portanto, devemos treinar e observar, para ao falarmos seguirmos o que foi dito, pois este também é um nível de consciência que o homem do trabalho deve alcançar, conhecido na vida comum como homem de palavra, mesmo que para este fim precisemos sacrificar até a nossa própria vida. Ao verificarmos que a mecanicidade da vida vem sorrateiramente, disfarçadamente nos atingindo, devemos combatê-la, contrariá-la para que os eus do trabalho se fortaleçam, ou para sermos capazes de  diferenciar uma real necessidade de um ato mecânico. Como raramente pensamos, os frutos das vozes de nossa cabeça são acúmulos de pequenos sentimentos errados que constroem as personalidades diversas de nossos eus, e que nos tira as possibilidades de um real sentimento. Sempre dizemos: gosto assim, sou assim, acho melhor assim, tudo isso não é fruto de uma consciência pois como nós sabemos a consciência é sempre de um nível de compreensão que não gera dúvidas nem contrariedades nas decisões que devemos tomar em nossa vida, sempre é boa.


domingo, 24 de julho de 2016

GRAUS DE OBEDIÊNCIA - GRUPO DE TRABALHO DE GURDJIEFF

Em um grupo de T.G. existem graus de obediência que estão diretamente ligados ao centro Magnético e não ao nível de consciência. Podemos dizer que quanto maior a obediência, maior confiança ou fé a pessoa tem em relação àquilo que ela quer fazer. Aqui não estou dizendo da obediência como ameaças à pessoa, como existe num assalto, ou um pai amedrontando um filho por medo de perder algo (vida). Este tipo de obediência é referente ao perigo, uma defesa do C.Inst. para continuar vivendo a qualquer custo e o seguinte para se dar bem em outras situações ou não ser castigado pela obediência. É o mesmo caso de alguém ter algum interesse em obedecer com medo de perder algo:namorado, emprego, etc.
Nós consideramos obediência quando a pessoa obedece sem medo de perder algo e sim pela satisfação de se alcançar algo interior espiritual e não material. A fé, podemos dizer, é o nível humano mais alto de obediência. Então a numeramos com graus até o 7º pelo motivo de cada grau ser um centro de nosso corpo. Para o estudo do presente falamos somente até o grau 5.

·         Grau 1: a pessoa faz somente o que quer no momento e procura saber o que vai ganhar com aquela atitude e sempre acha que outro pode fazer em seu lugar.É puramente egoísta.
·         Grau 2: A pessoa obedece mesmo contrariada e achando ruim o que está fazendo. O 1 º grau não faz o que lhe contraria.
·         Grau 3: é um tipo de obediência que tem continuidade e ao se mandar uma vez, todas as vezes em que for necessário, não há a necessidade de dizer.A pessoa sabe o que deve fazer após ser mandado uma única vez e se não faz é por esquecimento.Existe uma satisfação em obedecer.
·         Grau 4: não esquece o que foi mandado a maioria das vezes e a obediência é uma satisfação e alegria interior .Mas tem que haver um nível de compreensão daquilo que está fazendo.
·         Grau 5: Não tem dúvida sobre a obediência e se não fizer será por medo e não por desconfiança. Este sentimento vem do C.Instintivo fazendo a pessoa não obedecer, mas não existe um limite que a force a desobedecer. Tudo fará sem nada esperar. Existe uma compreensão superior de que tudo que obedecer não só é para o seu bem como para o de todos. Mesmo que não tenha a mínima compreensão do que esteja fazendo. Dentro de si existe algo que sabe que um dia entenderá.

Não devemos esquecer que estes graus não são fixos e que de acordo com a situação,
uma pessoa do grau 3 em diante, poderá se tornar 4 ou 5. Os graus 6 e 7 dependem do nível de
consciência ou grau do ser.
Existem graus de obediência comum entre guerreiros, samurais, soldados, índios, etc. Dentro de todos eles o objetivo a ser alcançado é superior a própria vida. Isto acontece porque através da fé naquilo que se propõem, existe uma certeza de que sua atitude é contraria as três forças que dirigem o sono da humanidade. São elas o sexo, dinheiro e família. A pessoa que colocar estes três obstáculos acima de seus objetivos, sejam eles quais forem, jamais passará do nível 3 que requer a compreensão de sua atitude para ter motivo e gosto para fazer o que quer e não o que deve.
Tivemos vários exemplos, infelizmente como em tempo de guerra, onde tropas militares foram dizimadas e mesmo assim não se entregaram até chegar a hora da morte. Não devemos esquecer que o corpo físico de quem se propõe a obediência falhará, pois temos dentro de nós algo muito forte e antigo que conhecemos como C.Instintivo que existe para conservar a nossa vida à qualquer custo. Esta energia de cura se torna mais forte do que qualquer coisa que possa existir dentro do corpo.
Outra energia de mais alto grau que a obediência, a única força capaz de sobrepujá-Ia: a fé, uma energia superior individual do ser. Algo que também não devemos esquecer é que a obediência não depende da idade e nem da compreensão, mas de algo que a pessoa traz em algumas encarnações.
O que também mostra um grau de obediência 4 ou 5 é a força racial que possui. Ou melhor dizendo, a força de um determinado grupo de pessoas que já se acostumaram a ter um nível a cima de 4 dentro de sua sociedade como os japoneses, alemães antigos e outros grupos, até africanos.
Quando esta força da obediência é dirigida para a evolução do ser, não existe limite ou algo que a faça diminuir. Alguns exemplos que temos são no início do cristianismo, a entrega da vida para se ter a salvação dos céus. Isto aconteceu em várias partes do mundo e em muitas religiões diferentes.
Em nosso caso a obediência é interior e nós a modificamos pelos exercícios que nos propomos. Quanto mais tivermos lembrança de si, mais obediência teremos aos nossos objetivos.

11/03/2009 

sábado, 16 de julho de 2016

ONDE ESTOU AGORA?

É um engano imaginar que somente estaremos num determinado lugar se saímos do corpo ou se o corpo físico estiver lá. Quando uma pessoa está na fantasia interior divagando e conversando interiormente, esta pessoa não está presente. Por este motivo é que não consegue perceber o que está acontecendo consigo, muito menos com o outro. Por estar ouvindo, falando e vendo, se cria uma ilusão de presença. Para estarmos presentes temos que estar em base sólida, material e de fácil observação.
O primeiro passo é sentir o corpo, mesmo que seja apenas uma parte dele: rosto, ombros, abdômen, etc. O segundo é assistir os acontecimentos apenas, olhando e ouvindo o que está se passando, sem emitir opinião própria, apenas usando o que está entendendo (C. Inst).
Olhar e ouvir apenas com atenção em si mesmo e nos outros. Nesta situação evitar a todo custo a expressão do sentimento ou sua interferência. Acontecendo isto até podemos dizer que não estamos dormindo totalmente.
Quando uma pessoa está distraída, alegre ou triste, também não está percebendo o que está acontecendo em seu redor nem dentro de si mesma. No aumento da consciência ou OS, de acordo com nosso estado de sentimento, nos elevamos das regiões inferiores onde existe a raiva, ódio, lascividade e grandes distrações (festas) e passamos a nos situar nas regiões superiores do mundo dos desejos com sentimento bons, de afeição, carinho, amizade, alegria equilibrada. Através desses sentimentos acumulamos energia que se transforma em consciência. No caso contrário, perdemos até a pouca que temos no estado normal de vigília. Enquanto as distrações são um escoamento de forças que são necessárias para nossa evolução, a atenção é o armazenamento da energia da consciência, nos proporcionando um aumento de compreensão e de equilíbrio entre os centros motor (não fazendo movimentos desnecessários ou contração muscular), centro intelectual ( que não fica criando vozes interiores se afastando da realidade que está acontecendo dentro de si e também fora) e o C. Inst., que pode funcionar melhor sem a gula e interferência do CI que procura mudar o costume e funcionamento desse centro com idéias alimentares – dietas – ou descontrole total da interferência do CS na satisfação dos alimentos descontrolada.

Duas pessoas podem estar juntas em uma sala e no entanto distantes. Uma pode estar nas regiões superiores e a outra na própria região, recebendo influencias de acordo com o que sente e imagina com a cabeça.