quarta-feira, 28 de maio de 2014

CENTRO INSTINTIVO




Centro Instintivo é o elo de ligação da nossa realidade interior com exterior. Esse centro funciona dentro de uma perfeição para a continuidade da a vida humana. É o centro mais antigo e de maior experiência entre os centros. Podemos dizer que ele é o mais evoluído e depois dele o centro sexual , motor, emocional e por último o intelectual. O C.Inst. tem sua parte positiva na assimilação e a negativa na excreção. Em todo o sistema do corpo humano denso, no sistema circulatório, assimilação do ar e a negativa a exalação. No sistema circulatório diástole e a negativa é a sístole. Quase todo seu funcionamento é baseado no sistema formatório (nervoso) e sua velocidade é muito superior a dos outros centros. Quase todo seu funcionamento é imediato e até anterior ao acontecimento que dele se exige.
Como este centro já possui equilíbrio nós não devemos interferir no seu funcionamento pois no nível de nossa compreensão, não entenderíamos suas necessidades, principalmente na parte de assimilação do primeiro alimento (comida comum) . O corpo denso, ao estar com fome, aciona o mecanismo do olfato e se prepara para receber o alimento que vem pelo cheiro a este centro, que o analisa e prepara o aparelho digestivo para recebê-lo num nível  muito acima do químico pois além de ser perceptível é analítico. É pernicioso ao seu funcionamento sentir um cheiro e comer outro tipo de alimento que não tenha o mesmo cheiro ou ao estar comendo um tipo de comida lembrarmos de outro que não temos no momento. Isto é um tipo de interferência no funcionamento da digestão. Um dos hábitos ruins mais generalizados é beber água durante a refeição. Se o corpo pede água é pelo excesso de sal no alimento, pois se fosse bem balanceado, o corpo não pediria líquido. 
Ao olharmos a natureza animal, nenhum carnívoro, herbívoro ou frutífero bebe água após ter se alimentado e somente os pássaros que comem sementes é que sentem necessidade do líquido junto da refeição que no nosso caso seriam as farinhas ingeridas sozinhas. O motivo principal dos homens da sociedade sedentária terem barriga volumosa é pela ingestão de líquido após a refeição e não pelo excesso de alimento.
O corpo procura alimento para sua subsistência normal que é equilibrado pelo gasto de energia que ele precisa. Um esportista tem necessidade de mais alimento do que o homem sedentário, mas normalmente os dois comem a mesma quantidade e isto leva o corpo sedentário a ter excessos de gordura e a deformação no aparelho digestivo, aumentando a capacidade estomacal da pessoa. Isto se inicia na infância, com a má educação que os pais dão aos filhos obrigando-os a comer não pela necessidade do corpo, mas pela sua própria cabeça que fantasia e se ilude de que sabem a necessidade do corpo da criança. Uma base para se saber sobre as necessidades é o desejo de fome, e não os de satisfação intelectual de uma comida por ser gostosa e etc. Dificilmente uma pessoa segue o que seu corpo pede e necessita. Comumente a pessoa segue o centro intelectual  que possui menos conhecimento e é formado de falsa personalidade.
·        PARTE MOTORA do C.Inst.: são os movimentos de piscar, batida cardíaca, movimentos para constatar sons diferentes e a locomoção através do caminhar ou engatinhar, movimentos de acomodações, coceiras, etc.
·        PARTE INTELECTUAL : é o que determina se um dado cheiro é bom ou ruim, se a comida está ruim ou boa, isto é, dentro de nossa percepção e dentro de nosso corpo, atua na força que coloca a qualidade de ácidos na assimilação, desde a salivação, digestão, circulação, paladar.
·        PARTE EMOCIONAL : É o prazer do descanso e as sensações de perigo que chegam ao corpo como calor (fogo), répteis predadores que se aproximam ou algo da aproximação de um perigo da natureza: vento, chuva, etc... Imediatamente é acionada a aceleração do coração e a agitação do sangue se inicia, preparando o corpo para a fuga ou enfrentamento e é a parte que nos possibilita ter as sensações do corpo, Tato, audição.

Ao colocar a atenção numa parte do corpo passamos a senti-la e este processo possui a direção do C.I.  que ali mantém a atenção por meio da nossa intenção, ao mesmo tempo em que usamos uma das funções do C.Inst. como a visão ou audição para percebermos fora de nosso corpo o que está acontecendo, ou o que estamos recebendo do exterior. Isto é, consciência de si. E através da sensação do C.Inst. é que temos bases dos exercícios que nos levarão a uma evolução.
Todos os processos do C.Inst. que não percebemos o funcionamento é pelo motivo dessas funções estarem normais e ao mesmo tempo, não colocamos nossa atenção numa dessas funções.

Ao sentirmos uma dor ou um mal estar, imediatamente o C.Inst. cobra mecanicamente nossa atenção naquele local, que pode começar apenas com um incômodo até se tornar uma dor lancinante. O motivo do C. Inst. colocar um sintoma de dor é pela necessidade da atenção para aquele fato. Quando colocarmos atenção em alguma parte do corpo sem a solicitação do C.Inst., armazenamos naquele local uma energia que não é necessária para aquela parte do corpo. Esta energia ficará em forma de um novo corpo que utilizaremos com as funções da atenção na  função em que estamos utilizando. 

segunda-feira, 5 de maio de 2014

DIVISÕES INTERIORES


Quando nos lembramos de nós mesmos, o primeiro processo para uma observação de si, algo acontece e se altera em nosso interior. Como normalmente estamos completamente identificados com quase tudo o que nos rodeia, deixamos este estado hipnótico e começamos a ter possibilidade de um Trabalho sobre nós mesmos. Seguindo o processo de auto-recordação, colocamos nossa atenção primeiro em nosso corpo e em sua sensação, que se pode começar pelo rosto e se estender até tomar todo o corpo. Alguém dentro de nós observa o exterior e o processo continua daí pra frente. Se estivermos falando ou ouvindo, estaremos situados dentro de nosso corpo e nossas ações como a das pessoas que estão ao nosso redor, passam a ser observadas. Em nosso interior, começamos a notar o que emocionalmente nos atinge e quais são as nossas reações dos diversos centros.

O Centro Intelectual fala interiormente quase sempre, dando opiniões e fantasiando os acontecimentos e a partir daí leva o Centro Emocional a ter sentimentos nem sempre bons em relação as pessoas ou fatos ao redor. Por exemplo: quando acontece algo exteriormente, ouvimos um barulho ou um carro na rua dando uma freada, imediatamente olhamos e se forma no nosso Centro Intelectual uma curiosidade do fato. O Centro Intelectual é dividido em 3 partes: PI (Parte Intelectual), PE (Parte Emocional) e PM (Parte Motora).
1.      PI: A capacidade dessa parte é criar, construir e descobrir. Sempre através de um esforço para manter a atenção( xadrez, matemática... )
2.      PE: O prazer de descobrir, conhecer e compreender ( quebra-cabeça,jogos de carta... ). Ao iniciarmos algum tipo de trabalho sem o incentivo de alguém, sem sermos mandados, foi o funcionamento da PE. A parte negativa é o contrário disto. Digamos que estamos passando por um local e vemos um sapato desarrumado, caído em algum lugar errado em  nosso caminho; podemos parar e arrumar para manter um equilíbrio daquele fato, este equilíbrio se reflete em nossos centros. Se não percebemos um fato deste, estaremos desatentos, dormindo e tudo a partir daí acontece mecanicamente. Se paramos e arrumamos um simples pano caído, algo ali se deu por pequeno que seja na direção da atenção. A soma da mecanicidade do centro se inicia e se espalha para os outros, comumente conhecido como “preguiça”.
3.      PM: É facilmente conhecida pois é a parte que possui frases estereotipadas, decoradas, repetições de palavras e sentenças. Repetições como: “Entendeu?”; “Sabe?”; “Não é?”; “Tipo assim.”. A parte motora também se subdivide em 3 partes e nelas estão inclusas a imaginação desenfreada, a curiosidade, a astúcia, cisma e falta de confiança, que funcionam automaticamente sem nenhum esforço, só gastando nossa energia e por isso podemos chamar de negativa.

Parte negativa do Centro Intelectual
As partes negativas das divisões desse centro são os desinteresses pelos fatos positivos de execução de um esforço em qualquer sentido. A parte intelectual do Centro Intelectual (CI) tem sua forma negativa se manifestando pelo desânimo em se descobrir algo, negação ou cansaço em usar o raciocínio em algum problema a ser resolvido.
Nós do Trabalho de Gurdjieff, ao tomarmos conhecimento disso, devemos observar esses fatos e essas reações de partes mecânicas que nos fazem dormir e ir contra esse estado negativo de ação, pois nos roubam energia que necessitamos para a formação de nosso corpo.