sábado, 14 de setembro de 2013

LEI DO TRÊS E OUTRAS

 


Nós estamos sob leis e podemos diminuí-las ou aumentá-las, dependendo do nosso nível de consciência. Se partimos do Ser Supremo, que é a manifestação Divina, com sua vontade e imaginação, são as primeiras 3 leis que se manifestam a todo momento em nossa vida e a conhecemos como ação, reação e neutralização. É o equilíbrio para tudo o que existe, também conhecida como força ativa, passiva e neutra.
A manifestação seguinte são essas 3 forças (som) mais uma que passará a lei seguinte, então será 6 + 1 que é 7 ou lei do 7 que também se manifesta em todas as situações de evolução e involução e que num grau normal para o homem podemos conhecê-las pelos sons (Dó, Ré, Mi...), cores (verde, vermelho; as cores primárias e as outras).
O homem, para ter uma vida normal, isto é, viver na matéria, necessita de 48 leis. Digamos que o Absoluto tem dentro de si todos os mundos, e para existirem todas as galáxias e/ou todos os mundos estão sob 3 leis. O mundo seguinte, a nossa galáxia, terá 6 leis. Nosso sol, 12 leis (3 do absoluto, mas 3 de todas as galáxias, que serão 6 leis) e mais 6 de sua própria existência, somando 12 leis. O próximo serão todos os planetas, que formarão um ser em torno do Sol com 24 leis, nossa terra fazendo parte dos planetas, 48 leis e a lua 96 leis. Depois disso o Absoluto novamente, sem nenhuma lei, somente sua vontade.
À medida que se distanciam do Absoluto, as leis se tornam mais mecânicas, mais difíceis de se viver sob sua atuação. O homem tem em si as manifestações desde a lei do 3 até as 48 leis e assim, um homem comum está sob essas leis. Uma outra pessoa decide se lembrar de si, isto é, não ficar distraído pela vida. Resolveu ter uma meta definida dentro de si: Ao andar na rua, trabalho, escola ou outro, começa a observar-se. No momento do relaxamento do corpo, ele está sob 24 leis. Por uns instantes ele é sensação e percepção. Seu alimento são as impressões que recebe do local através do seu corpo. E assim ele pode sair dali com a sensação bem definida de sua existência, em sua cabeça pergunta sobre seu proceder; e assim ele vai andando dentro de um ônibus, atento, sentindo sua presença... 
De repente olhando através da janela, vê um amigo(a) e recebe uma influência, de tudo o que ele representa para si, como dança, alegria, serviço, passeio, sexo... No mesmo momento se esquece de tudo o que se propõe e já está novamente um homem comum, totalmente a mercê da lei que a outra está. Esta pessoa como indivíduo já não existe, aquela que se propôs a um instante para o trabalho de Gurdjieff sumiu, desapareceu... aqueles eus mecânicos é que tomam conta naquele momento de sua vida. A pessoa mais importante naquele momento para esta pessoa é Paulo, Mário, etc... Gurdjieff já não existe, nem o Trabalho tem mais importância, tudo volta como sempre foi.  Se a pessoa se sente inferior naquele momento, ela é inferior a outra, se se sente superior, também sentirá isso e assim se formará um círculo vicioso de mecanicidade sob as 48 leis que é a do sono comum.
O que fazer para não cair nisso durante nossa vida? Primeiro se determinar a enfrentar esse desafio da vida, não fugindo ou se escondendo. Nos trabalhos de Gurdjieff não fugimos de nada pois a maioria dos homens estão dormindo, são pessoas que caminham para o sono, nada mais. Então não há motivo de se preocupar. É necessário estar somente atento aos exercícios que temos, nada mais. Dentro de um grupo são poucas as pessoas que lembram de si perto dos amigos e daquilo que gostam em sua vida. Os poucos que conseguem se lembrar de si e fazer os exercícios, estão se preparando para viver sob 24 leis, que é fora da vida comum. 
Quando estamos juntos as coisas do Trabalho se tornam mais fáceis e não ficamos tão distraídos como normalmente somos. Estes momentos de encontros são para recarregar as baterias que usamos na vida lá fora. As possibilidades de um trabalho real de Gurdjieff está em se determinar a não esquecer de si mesmo como primeiro passo para a imortalidade, em qualquer lugar e situação, por mais boa ou ruim que seja. Mas as mais difíceis são as boas, que nada mais são do que a morte interior da evolução do homem. Não há necessidade alguma de abolir o que temos na vida, somente não se distrair consigo mesmo. Estar em constante alerta para aquilo que se determinou na vida, que é acordar para poder andar.
(12/09/2000)

 

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