domingo, 1 de dezembro de 2013

ATITUDE E GESTO


 

Como fica a situação externa de uma pessoa que está praticando e buscando com sinceridade uma evolução do ser ? Qual a diferença que se tem que ter em relação as pessoas que nada querem sobre o Trabalho? A diferença é muito sutil, quase imperceptível e se quiser notar algo de diferente, tem que estar com uma atenção equivalente, se não, não tem diferença alguma. A atitude do praticante só é notada quando acontecem coisas extremas e neste momento como as pessoas estão em situação ruim,  dormindo achando que estão despertas, não notam. Talvez lembrem depois que o fato passar. São os momentos de grande perigo (desastres etc.), tristeza (morte etc.) ou comoção de alegria coletiva (futebol, boxe etc. ) e em certas situações, nem assim dá pra se notar. O Trabalho sobre si é um ato que nos posiciona em três níveis inicialmente:

* Espreitador ou caçador: Claro que tanto um como outro não tem nada a ver com o caçador comum, mas é similar. Quando estamos relaxados nos observando e simultaneamente o ambiente em que estamos somos espreitadores, estamos esperando o que tudo pode mudar, então aí, caímos em cima da caça, que pode ser uma raiva ou um acontecimento que gostamos ou não, tanto faz, os dois nos tiram a atenção e com isto nos rouba a energia que pretendemos armazenar. E quando a caça aparece temos que estar alertas e preparados. Nossa arma é a atenção e a determinação de continuar com ela.
* Guerreiro: O guerreiro é muito mais complexo, pois ele tem que ser um caçador e estar a espreita com humildade e paciência e aceitar até que distração o leve no redemoinho e turbulência em que está vivendo. Neste momento, ele lembra do seu caminho (Dô) e se entrega diante dos desígnios do destino, aceitando tanto os infortúnios como a benevolência, sem se ufanar ou entristecer com o que possa acontecer com a sua vida ou com aquilo que ele estiver fazendo ou sendo tratado. Ele sabe quais são seus objetivos e sabe que nada pode tirá-lo dele, nem mesmo a morte. É uma atitude de luta e aceitação, tanto da vitória quanto da derrota exterior, nada lhe importa e ao mesmo tempo tudo é um momento para ele combater sem esmorecimento, pois a sua determinação já é fruto de um esforço ao longo da sua vida. Aquilo que ele busca e o pouco que ele já tem é muito importante para ser perdido ou tomado por algum fato externo, seja ele qual for. O guerreiro é uma pessoa que sabe porque luta e onde quer chegar.
* Feiticeiro ou Bruxo: O feiticeiro é o homem que tem o conhecimento e sabe usar estes conhecimentos para sua evolução e para aqueles que o cercam. Ele conhece as forças que regem o destino dos homens e da natureza e ele faz parte deste destino, sem contudo cair na lei do acidente em que os homens comuns caem, seu destino é a imortalidade Não o acidente, ele não está esperando, ele está construindo o seu castelo em que vai morar.

Todas estas situações só podemos perceber se estivermos no mesmo nível em que um deles estiver. Só podemos perceber do nosso nível para baixo, para cima só podemos ter uma leve idéia do que se passa.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

RETROSPECTO









Ao exercitarmos a lembrança do que se passou no dia, trazemos à cabeça fatos que durante o dia desenvolvemos nossa atenção e observação de si. Estes momentos de recordação unem o passado ao presente e passamos a ver e até sentir fatos decorrentes da nossa atenção e também momentos de distrações que atingiram nossas emoções.
Paralelamente a esses exercícios, fazemos a programação do que faremos no dia seguinte. Se possível até a roupa que vamos vestir, e as pessoas que falaremos e os lugares que teremos que passar, as coisas que vamos ver nas paisagens. Se notarmos, estaremos entre dois fatores; um que se passou e um que vai se dar. Quando o fato programado acontece, há uma união e um fortalecimento de alguma coisa dentro de nós e passamos a ter uma lembrança do que foi programado como também do que estamos fazendo. Neste momento, cria-se um elo interior entre os fatos externos e os internos e algumas dessas coisas acontecem com possibilidades de compreensão e de existência dentro de um outro tempo. Lembramos o que programamos então nos vemos fazendo o assunto programado. Há nisto uma dupla lembrança e uma ligação entre o passado e o momento, assim como os fatos do futuro. O EU observador passa a existir fora desses fatores, como mero espectador e os fatos passam a ser e ter uma vida própria, independente de todos estes fatores.
Até o dia em que todos os fatores executados forem vistos antes de serem e acontecerem e os fatos independentes do controle interior como as pessoas que não falamos, pessoas que aparecerão fora do previsto da programação, passam a ser um fator de recordação após o fato ocorrido, então a observação dessas pessoas pode, de uma maneira totalmente alheia aos fatos programados, participar como simples acontecimento novo. Com outras possibilidades de observação de uma nova linha de conduta e até de divisões, sem identificação e com dados ligados aos já programados e até os que serão programados, ligados, sem contudo ter nada de aparente que dentro de uma razão haja que ter ou de existir. Isto é, os fatos novos que aparecem tem uma ligação com a nossa vida, não superficialmente mas profundamente, nos mostrando algo que está para acontecer  ou ligado a algo que já se passou.
Percebi isto em pessoas, animais, fatos materiais que ocorrem, como algo que cai, ou um assunto que vem de fatos que ocorreram com outras pessoas e que estão ligados aos assuntos que estamos estudando ou praticando e que aparentemente não há nenhuma ligação. Se for pessoa, pode nem saber da existência da outra e nem ter fatos ligados. Tudo isto só pode ser percebido através de uma atenção sem intenção de nada, apenas uma atenção a todos os fatos que decorrem no dia a dia. Não pára aí, as ligações de destino estão ligadas até em posições corporais e hábitos, que aparentemente nada tem em comum. Por isso o estudante que quer se desenvolver neste sentido tem que por a atenção em tudo o que existe nele e fora dele, simultaneamente e começar a observar todos os hábitos tanto dele como do outros, sem querer mudá-los inicialmente e quando começar a perceber o que resultam certos hábitos, conserva-los se não forem prejudiciais a saúde ou a sua própria mecanicidade, ou conserva-los se forem úteis para a sua vida.
Na Bíblia diz : "Não julgues para não ser julgado" . É uma lei, pois para continuar a observar todos estes fatos, não devemos mostrar aos outros nada do que se estuda, somente se a pessoa for companheira de estudo e quer realmente fazer uma auto- observação. As pessoas que não querem se observar e estão satisfeitas com o que são, mesmo que falem que querem mudar, não é verdade. Somente quer mudar quem pratica a observação de si e comenta e fala em reuniões os exercícios observados. Ao se fazer um exercício sem comentá-lo em grupo de estudo, é uma desobrigação interior de prosseguir. Quer dizer que a pessoa de certa forma quer ficar oculta com sua mecanicidade em seu sono. A prática da obediência não é subserviência, é humildade e respeito e este fato deve ser ligado ao interesse mútuo de se desenvolver na observação. A pessoa que obedece exige e tem direito de querer a atitude de quem ela obedece. E esta obediência também em certos momentos inverte e aquele que obedece deve ser respeitado e também obedecido quando falar e agir dentro do esforço do trabalho como companheiros na jornada da evolução em união. Obedecer é fazer os exercícios que se propõe.
Os exercícios inicialmente são uma sugestão e a medida que o interesse aumenta passam a ser uma ordem, de acordo com a valorização daquele que os recebe. Qualquer pessoa recebe os exercícios como algo de bom, mas aqueles Eus que estão presentes neste momento podem não ser os Eus do Trabalho ( a pessoa pode nem ter Eus do trabalho ) então, o exercício passado é somente útil para que possa observar os acontecimentos e o valor de sua própria intenção em passá-los, pois quem passa um exercício mesmo que o tenha feito no passado, deve fazê-lo no presente, para poder acompanhar o momento dos companheiros que se esforçam para se conhecer. Todos os conhecimentos são lineares no caminho da evolução, significando que vai a frente, quanto mais sabemos através de livros, histórias, contos etc. Sempre a personalidade vai a frente. Para a essência, o seu subir tem que ser através da prática e antes de praticar temos que saber como funciona a nossa máquina. Cada exercício é uma prática, a cada momento que o fazemos, algo está sendo armazenado, como um fato real, não fantasioso e nem teórico. E mesmo que erremos os exercícios, não podemos considerá-los como um erro e sim como uma tentativa para o auto-conhecimento e com o tempo ser usado na vida. Além da energia acumulada durante os esforços sobre si mesmo.
A mudança só se concretiza com o esforço nesta direção e acima de tudo a sinceridade consigo mesmo em não querer se enganar, achando que já possui algo confiável dentro de si. Tudo deve ser ponto de observação, tanto o que gostamos em nós como o que não gostamos.
(2000)

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

A EVOLUÇÃO DO SER




O homem normal sempre acha que a razão é a sua e que seu ponto de vista é o certo. Baseado em suas próprias convicções, esquece que a sua cabeça e seu raciocínio é apenas uma pequena parte de seu próprio ser e que sua compreensão pode mudar de acordo com as circunstâncias em que está vivendo. Todo o conhecimento de uma pessoa pode ser acrescido de uma experiência e se tornar mecânico, completamente automático. Isto quer dizer que o próprio conhecimento pára, estaciona e deixa de evoluir com o tempo. Quando aprendemos algo pode ser por um dos centros. Pode iniciar com o Centro Intelectual e passar para o Centro Motor como também pode iniciar com o Centro Motor e passa para o Centro Emocional e assim o aprendizado se automatiza.
Se o homem for de uma escola que procura a evolução do SER, ele não pode parar de praticar o que toma conhecimento para poder evoluir em sua consciência. Para isso deve aceitar que aquilo que hoje ele gosta, pode amanhã gostar muito mais ou simplesmente esquecer que gostava ou fazia. Se a pessoa procura acordar, deve sempre se auto observar através de exercícios contínuos. Quando a pessoa se acha capaz ou que já está com a razão, significa que parou. O que ela é continuará sendo até a hora da morte, nada mais lhe será acrescido. Se tem um pequeno gosto, após 5 ou 10 anos continuará a mesma pessoa; Se tem um ponto de vista, assim ficara até o final; Suas convicções continuarão as mesmas, apenas poderá fortalecê-las, isto é, dormirá cada vez mais; Se antes fumava um maço de cigarro agora fumará dez ou mais; Se antes era um pouco nervoso, quando velho ficará pior ainda. A evolução do ser humano precisa sempre ser dada uma corda para sair do lugar, igual um relógio. Tem um tempo determinado para funcionar e sempre voltará as mesmas horas. Fora pode tudo ter mudado mas o relógio é o mesmo e percorrerá o mesmo caminho por mais que lhe dêem corda. Para haver uma evolução é necessário trabalhar sobre si mesmo, obedecendo não regras ou leis, mas se observando. Vamos dizer que uma pessoa fuma, bebe álcool, etc.. e ao entrar para uma religião e seguir suas leis deixa de fazer isto. Por um pequeno momento ele fará um esforço, em seguida se achará melhor do que os outros, em situação privilegiada, etc...Na verdade estará em pior situação do que antes, pois se antes ele se achava normal com seus vícios agora se acha melhor e na verdade nada em si mudou, continuará com as mesmas convicções e no lugar dos seus vícios colocará o orgulho e a vaidade, fantasiará sua própria pessoa se achando diferente e daí para frente nada em si mudará, terá os mesmos medos, distrações e conhecimentos, apenas aumentará as suas fantasias.
O que fazer então para se ter algo concreto dentro de si ? Devemos nunca aceitar aquilo que somos como um final ou que está certo. Se achamos que gostamos de uma pessoa devemos observar , com detalhes nosso comportamento diante dela e verificar através de uma observação imparcial o que sentimos por ela em cada detalhe por menor que seja. Por exemplo, acho que gosto de fulano mais do que beltrano. Devemos procurar porque gostamos e na observação constante estar presente quando a pessoa discorda de nós ou faz algo que achamos errado. O que sentimos naquela hora? O que pensamos? O que somos para ela neste momento? Qual é a tonalidade de voz que adquirimos? Como fica nosso corpo? etc, etc... Ao contrário também. Se não gostamos de alguém devemos procurar saber porque. O que temos em comum com ela? O que nos levou a ter esse tipo de sentimento? Será que nós nos achamos melhor do que ela? Porque? Tudo isso com base em relaxamento muscular e duvidar das próprias convicções. No nosso caminho nada é conclusivo, tudo é início de algum conhecimento que nos levará a frente e para o alto.
Inicialmente deve-se até pensar que devemos deixar de sentir algo pelas pessoas, é o contrário devemos aprimorar nossos sentimentos e nossa atitude não agir mecanicamente como uma folha ao vento. Aceitar que queremos ser melhores do que somos não em nossos costumes ou atitudes, mas em nossa forma de ver e sentir o mundo que existe dentro e fora de nós para quando haver mudanças, ser para melhorar a nossa atual condição e não piorá-la. A medida em que passamos a fazer a Observação de Si não temos possibilidade de ver o que pode fazer ou mudar. Só a longo tempo é que se nota a mudança tanto nos sentimento como nas atitudes.
Agora a influência não fica unicamente em nós, ela atinge as pessoas que conhecemos, no nosso trabalho, religião, família, é como um fósforo dentro de um quarto escuro, por menor que seja a alma ela sempre iluminará o quarto todo, não só uma parte dele. O conhecimento de si inicia-se na observação de nossas impossibilidades, é quando começamos a duvidar daquilo que imaginamos possuir e que não temos como: controle de si, livre arbítrio, determinação, etc... Ao tomarmos conhecimento de nossas incapacidades, temos a possibilidade de termos estes méritos humanos, como amor, paciência, compreensão, etc...
A Observação de Si não pára somente nisto. Estes exercícios também abrem a porta para aquilo que ouvimos, lemos, acreditamos mas não vemos nem sentimos como a outra realidade além da material. Aos poucos passamos a ver, sentir e por em prática muitas coisas que pareceriam totalmente impossível para um não praticante. O grau de aprendizado que diz o nível de evolução de uma pessoa é pelo que ela vê, sente e faz na vida em seu cotidiano, uma coisa não é separada da outra. Vamos dizer que outra pessoa vê a outra realidade e não consegue ver a sua vida normal, isto é desequilíbrio e vice-versa. O trabalho sobre si é para se ter equilíbrio e com isto mais consciência e a formação de algo interior que não é perecível, que permaneça independente da vida material e transitória.
Quanto mais certeza tivermos do que temos que um dia enfrentar, maior é a força que nos faz ser diferente e encarar a realidade da vida como passageira, como o caminho para ir além do conhecimento que adquirimos na sociedade.(2000)

sábado, 9 de novembro de 2013

CORPOS





Vamos dizer que um homem comum olhe no espelho ou para outra pessoa. O que ele vê? Com seus olhos e consciência normal ele vê somente a parte mais grosseira do corpo físico. Se colocarmos uma máquina que apenas detecte o calor, veremos somente as ondas caloríficas do ser, e assim cada matéria tem que ter um aparato especial para ser visto. A olho nu vemos uma pequena parte do nosso corpo. Com mais aparelhagem veremos mais. Neste nível de materialidade não passaremos de matéria conhecida pela ciência.
No momento em que fazemos uma "meditação" ou relaxamento, passamos a perceber que aquilo em que mantemos nossos olhos, muda de algo fixo e passa a ser móvel e outros detalhes que normalmente não percebemos começam a parecer. Por quê? A resposta é simples: é porque não estamos vendo somente com os olhos físicos. O nosso estado de consciência está diferente. A atenção dirigida e mantida nos traz outra realidade. Se o homem persistir e continuar, com o tempo ele verá não somente o objeto ao alcance de seus olhos, mas outros que não estão presentes no físico.
Como serão então os outros corpos em seu estado total, com as energias que lhe são normais para sua existência? Ao vermos um homem sem o olho físico, ele é um corpo brilhante, com várias cores na forma de um ovo. Mas não para por aí, se a pessoa que observar um homem tiver um nível acima daquele que está sendo visto, ele além de ver este corpo brilhante, verá também o seu campo de energia que sai do seu corpo e se espalha por todos os lados. Quanto mais consciência tiver um homem maior é seu corpo espiritual e com isto o seu corpo energético alcança tamanhos enormes, e existem homens que seu corpo alcança tamanho de quase um país ou mais.
Quando olhamos para o sol somente vemos a sua menor parte que é a física como calor, brilho e forma. Na realidade o sol não é limitado ao seu tamanho físico. Seu campo energético vai muito além da distância dos planetas, quero dizer que todos os corpos celestes conhecidos do sistema solar e outros que não conhecemos estão dentro do Sol, presos, fazendo parte desse corpo colossal que é o sol. A ciência apenas sabe da força gravitacional, raios e efeitos do calor, nada mais. Por sua vez, este astro, o sol, também está ligado, preso as outras estrelas que o circulam. Dessa forma podemos ter uma pequena idéia da força e tamanho do sol. Por sua vez os planetas juntos formam um outro ser que se visto na sua totalidade não veremos as esferas que formam os planetas, mas seu campo de energia que formam seu corpo, que tem uma aparência como os anéis de Saturno, cheio de cores e sons que se misturam e mesclam com o campo energético do sol como milhares de fios translúcidos brilhantes que se entrelaçam.
O mesmo acontece com o sol e outras estrelas próximas, como se a distância e o tempo não existissem no espaço que é inteiramente vivo de cores e sons. Quando um homem intencionalmente lembra de alguém, existe uma ligação como fios que saem do corpo e vão para a pessoa lembrada. Caso haja mais de um centro no ato, o fato perceptivo acontece de imediato. Vamos dizer que a lembrança esteja na cabeça (Centro Intelectual) e a pessoa goste da outra (Centro Emocional) e ao mesmo momento esteja sentindo o corpo (Centro Instintivo) ou outro centro. Existe uma ligação que pode ser sentida ou percebida. Como estamos normalmente em estado de sono desperto, dificilmente isto acontece e quando acontece, pelo motivo de não acreditarmos no que sentimos ou pressentimos, nada é sentido.
Este tipo de ligação formada pelo corpo energético também pode acontecer com objetos de consagração (santos, altares, etc...) para alcançar algum objetivo de evolução ou chamamento, para lembrar o caminho que se está seguindo. Digamos que uma determinada pessoa está num ambiente pesado (baixo astral) como locais de bebedeiras, vícios ou depravação sexual e precise não ser levada pela situação por ser fraca de intenção. Ao fazer um esforço para rezar ou trazer à lembrança o local que se queira consagrar, se faz uma ligação através desses filamentos energéticos que temos em nosso corpo com o referido local.
Quando Jesus Cristo afirmou que pensou pecou, apenas afirmou esse tipo de ligação de nossas energias. Quanto mais se sente ou pensa num determinado assunto, mais forte se torna esse tipo de ligação que tanto pode ajudar a pessoa a acordar como a dormir mais. O mesmo acontece com as fantasias que criamos em nossa cabeça. Uma pessoa começa a fantasiar que quer algo fora de seu alcance e contra as leis de atração e repulsão. Esta fantasia criará seus próprios filamentos que se fortalecerão e se tornarão como um sonho, somente para seu criador que com o tempo não conseguirá pensar em mais nada a não ser no objeto de seu apego, paixões, vícios, etc... Toda esta energia consumida para se criar essa fantasia é desperdiçada em vez de se transformar em consciência. Esta é a maneira de aumentar o sono e tornar cada vez mais difícil o acordar.
Contrariamente acontece com o homem que busca força, o caçador. A sua atenção que nada mais são do que filamentos energéticos, se concentram no seu corpo e no ambiente que o cerca. Além desse caçador pegar a energia dos distraídos, pega também as forças energéticas circulantes do ambiente. Até a sua própria fantasia quando observada, se tornará consciência que se transformará gradativamente em um corpo que se cristalizará e será permanente não dependendo de nada externo. Cada filamento permanece unido pelo sentimento e intenção e sua cor determina a finalidade desse sentimento: ódio = roxo, vermelho escuro = sexo, amarelo = interesse no aprendizado e assim sucessivamente.
(30/ 08/ 2000)

sábado, 2 de novembro de 2013

A CONSCIÊNCIA E AS LEMBRANÇAS



 
O estado normal de consciência do homem comum é Sono Desperto (SD) ou Consciência de Si (C.S.). Quando deita e dorme, tem sono com sonhos e sono sem sonhos. É difícil a lembrança entre um estado e outro, ao estarmos sob vigília, os estados possíveis de consciência são: sono desperto (SD) e consciência de si (CS), não evidencia o esquecimento que temos de nós mesmos e de nossa situação. É diferente de estarmos em vigília Sono Desperto e lembrarmos dos momentos passados a pouco tempo. Normalmente, a pessoa quando acorda do sono, tem uma vaga lembrança do se passou e logicamente, nada do que ocorreu em torno de seu corpo físico, pois, os sentidos para descansarem ou recarregarem, deixam de funcionar, isto é, de levar os dados recolhidos do exterior para o interior do homem, possibilitando-o entrar no mundo dos sonhos, com a sua consciência habitual, de distração e esquecimento.
Digo o seguinte, se há algo imortal dentro do homem, que ele próprio tenta despertar ou criar, este algo é a consciência e a sua vida  é o tempo de duração que ele tem normalmente em qualquer situação ou corpo. Em outras palavras, aquilo que considero de valor é a consciência que tenho por mínimo que atue em minha vida. Para ela funcionar há a necessidade de um corpo exatamente igual a quando estamos no estado de consciência de Sono Desperto no corpo físico. O sono é possível porque possuímos algo dentro de nós que possibilita termos esta consciência. Ao criarmos um segundo corpo, que chamo no momento de "MENTAL", nós temos a chance de despertarmos no mundo do sonho, ou aqui neste mundo. Pergunto, então, o que fazer para se criar este corpo "MENTAL": 
Estarmos sempre atentos e para isso há a necessidade de quatro bases iniciais:
  1. Sentir o corpo ou parte dele,
  2. Observar dentro de si as vozes interiores.
  3. Assistir os acontecimentos externos do nosso quotidiano como se assiste à um filme, isto é, sem se identificar, deixar o corpo fazer parte do palco e assistir as cenas como se estivessem sempre no passado.
  4. Estar atento para as emoções, desde a mais  manifestação de desejos até a explosões de emoção que considero uma grande perda de energia na vida.

Não devemos esquecer que quando falo de quatro bases, elas são apenas o princípio de um treino ininterrupto na direção da consciência de si. O mesmo tempo de duração que a pessoa tem aqui nesta situação de Sono Desperto, tem também no Mundo dos Sonhos.  Não vou escrever aqui as idéias do Trabalho, nem nenhuma experiência que não experimentei até a data de hoje. A minha existência é aquilo que me lembro dos momentos de consciência relativa ou não, não vem ao caso. Ao sonhar estou num mundo irreal nos parâmetros da minha compreensão, isto é, da minha consciência obtusa daquele mundo. Aceitando os acontecimentos como se eles fossem reais, exatamente, igual aos momentos de Sono Desperto, aceitando tudo como realidade e não enxergando a verdadeira realidade que muda junto com a minha consciência de Sono Desperto para a de Consciência de Si ou para a Consciência Absoluta, nas raras ocasiões que tenho.
Ao me despertar lá no mundo dos sonhos tudo se torna mais nítido, as cores mais vivas, os sons perfeitos e sei que estou com outro corpo em outro lugar. A compreensão não aumenta, o que aumenta é a percepção, e ao mesmo tempo  perdemos a noção de tempo entre o estado de Sono Desperto e Consciência de Si no mundo dos sonhos. Por exemplo, lembro que tenho filhos, amigos, etc. mas não tenho a mínima idéia de quanto tempo fiquei dormindo entre a última vez que deitei na cama e o momento de Consciência de Si no mundo dos sonhos, pode ser duas noites, dois anos, vinte anos. O parâmetro da lembrança do tempo deixa de existir. Só tem "o aqui e o agora" com a lembrança do que se passou na vida de Sono Desperto. Isto, inicialmente, me causava uma tremenda angústia, chegando ao desespero, pois eu pensava que não iria voltar.
Quando acordo no Mundo dos sonhos tenho um desejo enorme de permanecer lá o maior tempo possível, sem me importar se meu corpo físico está morto ou vivo, se me esperam ou não, se vou voltar ou se vou ficar, enfim, procuro vivenciar o melhor possível aquele momento que aos poucos vai se diluindo e vira apenas sonhos ou acordo para a vida quotidiana de Sono Desperto. O mesmo acontece quando me dou conta de estar fora do corpo aqui neste mundo físico, o tempo também é obscuro e a visão das coisas não são nítidas, são um pouco embaçadas, tenho que fazer um esforço para voar e me deslocar no espaço ou para me situar.Como foi o caso de uma vez que eu estava dentro de um ônibus e de repente, notei algo de estranho, parecia que faltava algo, como se eu tivesse esquecido de algo. Aí, percebi que não tinha um corpo de sensação, como quando estou dentro do corpo físico. Existia a realidade, eu percebia e estava aqui, sem a sensação do corpo, apenas da minha cabeça, emoção, audição estranha e existência do momento.
(2000)